
O acusado de torturar e matar a esposa em Campo Grande, a cinco dias, Adailton Freixeira da Silva, 46 anos, foi preso nesta segunda-feira (31), na rodoviária da Capital do estado de Mato Grosso.
A policia de Mato Grosso do Sul, havia apontado que houve um cerco policial em Campo Grande, para tentar capturá-lo, mas o criminoso foi preso horas depois em Cuiabá (MT). Silva é suspeito de torturar a mulher Francielle Guimarães Alcântara, 36 anos, com choques e outras formas de violência em crime de Feminicídio. A morte da mulher ocorreu na quarta-feira (26), desde então o então marido estava foragido.
Adailton foi preso, na tarde de segunda-feira (31), em Cuiabá, apontado como torturado e homicida da esposa, na nossa Capital, onde já era considerado foragido pela polícia de MS.
Ele foi preso na rodoviária pela polícia civil mato-grossense, que não soube dimensionar, se ele estava chegando ou já saindo novamente de Cuiabá. “Ele estava com uma mochila, que indicava que estava prestes a fugir ou mesmo chegando na cidade. Já havia uma notícia que existia um parente dele em Cuiabá então não sabemos se ele estava chegando ou saindo”, disse a delegada Maíra Pacheco da Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher).
A Deam ratificou que equipes policiais fizeram um cerco no Jardim Batistão, em Campo Grande, durante a tarde desta segunda-feira (31), em busca de Adailton, suspeito de torturar a esposa até a morte. Os policiais foram também até a residência onde o crime aconteceu, no Portal Caiobá, e fizeram apreensões.
Conforme investigações, Francielle foi vítima de feminicídio e torturada com choques elétricos e pauladas em frente ao filho, de 1 ano, em Campo Grande. De acordo com as apurações da Polícia Civil, acredita-se que a mulher foi mantida em cárcere privado pelo marido, por cerca de um mês, período que foi friamente abusada diversas vezes.
As marcas da violência
Segundo as investigações, o corpo da vítima foi encontrado dentro da própria casa, com sinais de estrangulamento, perfurações nas costas, dentes quebrados e cabelos cortados. “Em mais de 10 anos de polícia, nunca vi um caso tão forte como este”, apontou o delegado que recebeu o caso, Camilo Kettenhuber.
Assim, o corpo de Francielli foi encaminhado ao Imol (Instituto de Medicina e Odontologia Legal), onde foi confirmada a morte violenta. Francielli foi vítima de estrangulamento, asfixiada com um cordão em volta do pescoço. No corpo, várias outras lesões, dente quebrado, unhas quebradas, ferimentos na cabeça, o cabelo totalmente cortado, evidenciavam a tortura que ela sofreu por pelo menos um mês.
O delegado Camilo Kettenhuber, da 6ª Delegacia, disse que após, familiares procuraram a delegacia e relataram que a vítima era mantida em cárcere pelo marido. Ela teria confessado a ele um relacionamento extraconjugal, quando as torturas começaram. A mulher era proibida de sair de casa, mantida trancada, sem poder se comunicar com os familiares ou qualquer outra pessoa.
Na casa também viviam o filho do casal, de 17 anos, e um mais novo, de 1 ano e 8 meses, que seria fruto do relacionamento extraconjugal da vítima. Adailton questionava Francielli sobre a traição e, a cada resposta dada pela vítima, ele a levava ao quarto e a torturava. Ela era frequentemente cortada com faca e, segundo a polícia, as nádegas da vítima estavam sem a pele, cobertas com bandagens.
Equipes da 6ª DP e GOI (Grupo de Operações e Investigações) iniciaram trabalho de campo e localizaram o filho do casal, que foi ouvido, bem como outros familiares. Na casa, foi feita perícia e objetos usados nas agressões apreendidos, bem como o objeto que teria sido usado no estrangulamento.
Imagens de câmeras de segurança flagraram o autor saindo da residência, momentos após o feminicídio. A princípio, ele teria dito ao filho de 17 anos que a mulher tinha tomado medicamentos e falecido.