O aumento na conta de luz começa a entrar em vigor a partir de hoje (1º). Com os níveis baixos dos reservatórios das hidrelétricas, a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) decidiu acionar a bandeira tarifária vermelha, patamar 2. Isso significa energia mais cara, com custo de R$ 6,243 para cada 100 kWh consumidos.
O aumento será de 5,6% em relação à conta de maio. Já o impacto indireto será sentido com a alta de produtos e serviços.
"É mais um desafio, mais uma pedra no caminho na prestação de serviço e da produção industrial", afirma o economista André Braz, coordenador do IPC do FGV IBRE.
"O encarecimento dos serviços pode ocorrer a partir desse momento, por exemplo, você vai num salão de beleza e está mais caro, ou ao longo do período. Mas o impacto nos serviços e na produção industrial talvez não volte, mesmo que a bandeira vermelha só dure por dois ou três meses. É aí que está o maior risco. Muitos serviços já estão com preços defasados, com efeitos da pandemia, mercado de trabalho e queda no consumo das famílias. Então. por estar mais vulnerável pode promover um tipo de repasse que não volte à normalidade", explica o economista.
A última vez que a agência reguladora acionou o patamar mais alto da bandeira tarifária foi em dezembro de 2020, após meses sem a cobrança adicional por conta da pandemia.
Em maio também foi acionada a bandeira vermelha, mas no patamar 1, cuja cobrança foi de R$ 4,169 a cada 100 kWh consumidos.
Nos meses de janeiro a abril deste ano, vigorou a bandeira amarela, com taxa adicional de R$ 1,343 a cada 100 kWh.
O sistema de bandeiras tarifárias foi criado em 2015 para sinalizar ao consumidor o custo da geração de energia elétrica no país.
Na prática, as cores e modalidades, que verde, amarela ou vermelha, indicam se haverá ou não cobrança extra nas contas de luz.
A bandeira verde, quando não há cobrança adicional, significa que o custo para produzir energia está baixo.
O acionamento das bandeiras amarela e vermelha representam um aumento no custo da geração e a necessidade de acionamento de térmicas, o que está ligado principalmente ao volume dos reservatórios e das chuvas.