
O morango do amor virou sensação nas redes sociais. Com uma camada brilhante de açúcar caramelizado e, muitas vezes, tingido com corantes vibrantes, o doce viralizou no TikTok e no Instagram, aparecendo em receitas caseiras e vídeos de que prometem estalos crocantes a cada mordida. Apesar do apelo visual e nostálgico, a recomendação é ter cautela, pois o consumo frequente pode trazer impactos à saúde.
Na receita tradicional, o morango é mergulhado em uma calda de açúcar quente, que endurece ao esfriar, formando uma casquinha doce e crocante. Algumas versões adicionam corantes artificiais para intensificar o vermelho ou criar variações em tons de azul e roxo. A combinação agrada aos olhos e ao paladar — mas carrega uma carga significativa de açúcar e aditivos químicos.
O problema não está no morango, que é uma fruta rica em fibras e antioxidantes, mas na cobertura. Uma única unidade pode ultrapassar 150 calorias, sendo quase totalmente compostas por açúcar refinado. Isso sem contar os corantes, que podem causar reações em pessoas sensíveis, especialmente crianças.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o consumo diário de açúcares livres não deve ultrapassar 10% do total de calorias ingeridas no dia — o que, na prática, equivale a cerca de 50 g para um adulto saudável. Um “morango do amor” pode conter mais de 20 g de açúcar, o que representa quase metade desse limite.
Isso não significa que o doce deve ser proibido. Pode, sim, ser consumido, mas com moderação e de forma eventual, como parte de um momento especial, e não como hábito diário.
A febre do morango do amor também levanta um alerta sobre a influência das tendências digitais na alimentação — especialmente entre crianças e adolescentes. Como em toda trend alimentar das redes, o segredo está no equilíbrio: é possível aproveitar o morango do amor, desde que com bom senso e sem exageros.

(*) Juliana Andrade é nutricionista formada pela UnB e pós-graduada em Nutrição Clínica Funcional. Escreve sobre alimentação, saúde e estilo de vida