O Pantanal teve o agosto com o segundo maior número de queimadas de sua história, desde o início do monitoramento do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em 1998. Foram 5.935 focos de calor detectados de 1º a 31 de agosto. O ano com maior número foi 2005, com 5.993 registros no mês.
No mês passado, o bioma, que está presente nos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, havia registrado o julho com mais focos de incêndio desde o início das medições feitas pelo Inpe. O mês representa o início da temporada de queimadas no bioma, que vai até setembro.
Em relação a agosto do ano passado, a quantidade de focos de queimadas no Pantanal foi 3,5 vezes maior neste ano.
Felipe Augusto Dias, diretor-executivo da ONG SOS Pantanal, em Campo Grande, afirma que a origem do fogo é de ações humanas. Ele diz que a equipe do Prevfogo, do Ibama, que trabalha para apagar os incêndios na região, credita 99% do fogo ali a esse fator.
"A gente não pode afirmar que é algo criminoso, mas que tem origem humana, tem. Você fazer uma fogueira para queimar resíduos de folhas. Se você não cuidar, e mesmo cuidando, o vento pode elvar uma fagulha longe e essa fagulha rapidamente faz um grande incêndio", diz.
Mas Dias avalia que o principal fator que contribuiu para o aumento dos focos de incêndio é a estiagem: a região enfrenta o maior período de seca em 47 anos.
Com menor área inundada do bioma, que é a maior planície alagada do mundo, há mais área para servir de "combustível" para o fogo. O vento, combinado com o tempo seco, contribui para o alastramento dos incêndios.
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