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Segunda, 23 de dezembro de 2024

Pré-campanha para 2022 tem nomes de Puccinelli, Trad, Riedel e Zeca do PT

Cenário foi se desenhando em 2021 e deverá se consolidar até metade de 2022

02 de jan 2022 - 09h:32 Créditos: Capital News
Crédito: Deurico

Impossível falar de política em Mato Grosso do Sul referindo-se ao cenário pré-montado em 2021, sem citar a intenção do ex-governador André Puccinelli (MDB) e sua imensa vontade em candidatar-se novamente ao cargo para o pleito do próximo ano, mesmo depois de ter sido condenado por improbidade administrativa.

"A decisão   proferida   pela   justiça   federal   nos   autos   do   processo n.º0000525-43.2016.4.03.6000  /1ª  Vara  Federal  de  Campo  Grande,  não  torna  o  Ex-Governador André Puccinelli inelegível, visto que, existem recursos cabíveis que serão apresentados em momento oportuno", dizia parte da nota.

Na sentença, entre outras penas, a Justiça determinou a suspensão dos direitos políticos por cinco anos, que começam a correr após o trânsito em julgado (quando não cabem mais recursos contra a condenação).

A Ação de Improbidade Administrativa foi ajuizada pelo Núcleo de Combate à Corrupção (NCC) do Ministério Público Federal (MPF) em MS em janeiro de 2016 e acusava André Puccinelli de coagir servidores comissionados de duas secretarias de Estado (de Trabalho e Assistência Social - Setass - e de Desenvolvimento Agrário e Turismo - Seprotur) a apoiar e votar em candidatos de sua coligação nas eleições municipais de 2012.

De acordo com o MPF, além da prática de ilícito eleitoral, a conduta do ex-governador violou os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade e lealdade, tal como atentou contra os princípios da impessoalidade e moralidade administrativa. 

Na época, um vídeo gravado em meio a uma das reuniões mostrava Puccinelli listando, nominalmente, servidores das secretarias de Estado e ordenando que os comissionados informassem em quais candidatos votariam para os cargos de prefeito e vereador. O político aparece fazendo anotações e orientando alguns de seus subordinados a manter a intenção de voto em candidatos da coligação por ele apoiada.

Mesmo diante de todo esse quadro de acusações,  André Puccinelli tomava conta do cenário político mais uma vez no mês de junho, quando pesquisa apresentava sua liderança na intenção de votos para o governo.

Levantamento divulgado em reportagem de Laryssa Maier no dia 15 de junho, foi realizado pelo Instituto Ranking Brasil, entre os dias 09 e 12 de junho de 2021. 

De acordo com o Instituto, o levantamento foi classificado em duas categorias, espontânea onde não são apresentados os nomes dos possíveis candidatos e estimulada onde o entrevistado responde conforme suas preferências dentre as opções apresentadas.

Pesquisa

André Puccinelli liderava o ranking com 11.65% de intenções de votos, seguido da Professora Rose Modesto com 9.30%, em terceiro lugar está a atual Ministra da Agricultura, Tereza Cristina com 6.65%.

Ao todo foram entrevistadas 2.000 pessoas, nos municípios de Campo Grande - 44.10%, Dourados - 11.6%, Três Lagoas- 5.8%, Corumbá - 5.2%, Ponta Porã - 4.7%, Naviraí - 2.7%, Nova Andradina - 2.6%, Aquidauana - 2.5%, Sidrolândia - 2.3%, Paranaíba - 2.2%, Maracaju - 2.0%, Coxim - 1.9%, Amambaí - 1.9%, Rio Brilhante - 1.9%, Caarapó 1.5%, Costa Rica - 1.5%, São Gabriel do Oeste - 1.5%, Miranda - 1.4%, Ivinhema - 1.4%, Aparecida do Tabuado - 1.3%.

Atual prefeito de Campo Grande, Marquinhos Trad também apareceu na pesquisa, ocupando o final da fila, em penúltimo lugar com 3.10% das intenções de voto, e ultimo lugar o Coronel David com 2.00%. 

No dia 27 de julho, em entrevista a rádio Difusora Pantanal, o ex-governador disse que não fazia parte de seus planos, já que teria encarado como encerrado o ciclo político em sua vida, ao terminar o governo em 2014. “Na verdade, me via como ‘vovorista’. Poderia ter competido ao senado, insistiram por isso, então preferi encarar como o fim deste ciclo, mas logo começaram a me ‘cutucar’, tive uma série de injustiças, tive uma prisão, o que é importante lembrar que foi considerada ilegal no STJ, e por unanimidade”.

“Impedimento legal não temos, não tem nenhuma condenação. Sofri injustiças, mas mesmo após essas situações, vontade não nos falta! Estamos construindo um caminho para que possamos atender ao pedido ‘Volta, André!”.

Sobre ao valor de campanha, ele disse que fará com pouco dinheiro. “Ouço dos candidatos por aí: ‘ah, fulano vai ter 100 milhões para gastar’, mas gastar isso tudo em meio a uma pandemia? Eu nunca faria isso. É um absurdo um gasto desses na política em meio a este cenário”.

André se defendeu por ter sido acusado de amarelar, “Disseram que eu amarelei lá trás, quando eu estava no 6º ano da prefeitura, com um sai ou não sai a candidato. Mas a questão é que ninguém amarela, a gente pesa uma série de condições que cabem a nós”.

Puccinelli já aproveitou a entrevista e apelou para os ouvintes, pedindo ajuda para sua campanha de pré-candidatura a governado do Estado do ano que vem. “Vai ter uma conta lá do diretório do MDB para as eleições, que será para captações de recursos. Quem quiser nos auxiliar, pode depositar R$ 1.064 sem burocracia”.

Reprodução


Suspensão

Uma grande reviravolta no cenário político pegou a todos de surpresa no fim do mês de dezembro quando as ações penais de Puccinelli pela Operação Lama Asfática, do ex-secretário Edson Giroto e do filho do ex-governador, André Puccinelli Junior, os empresários João Alberto Krampe Amorim dos Santos e João Baird foram suspensas. 

De acordo com matéria publicada no dia 20 de dezembro, o deferimento da medida acabou se tornando mais plausível e alcançável após a declaração, pelo Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF3), de suspeição do juiz Bruno Cezar da Cunha Teixeira no julgamento dos processos da Lama Asfáltica. 

Na liminar que concede o Habeas Corpus, o desembargador federal Paulo Fontes pontua, entre outros itens, que "contudo, não me parece possível determinar no âmbito da 5ª Turma a suspensão do feito 0007457-47.2016.4.03.6000, que já teve sua apelação julgada pelo colegiado; da mesma forma, em relação a outros processos já sentenciados que tenham passado à jurisdição do Tribunal", explica.


Ainda na decisão, o desembargador deixa transparecer que a suspeição sobre o juiz Bruno Teixeira pode levar a outros desdobramentos relacionados à operação. "Não há dúvida de que a decisão na Exceção de Suspeição referida, julgada à unanimidade pela E. 5ª Turma na sessão do dia 13/12/2021, albergou argumentos que vão além daquele processo específico, podendo abarcar a atuação do MM. Juiz em outros feitos da chamada operação Lama Asfáltica", salienta Fontes. 

Entre os crimes em que foram acusados nos vários processos, estavam corrupção, lavagem de dinheiro, peculato (desvio de dinheiro público), organização criminosa, entre outros.


Eduardo Riedel é o nome escolhido pelo PSDB para concorrer ao governo em 2022
Sergio de Paula e Eduardo Riedel Foto: Deurico


Renovação

Outro cenário político foi de desenhando ao longo do ano e dessa vez, um novo nome surgiu no mês de outubro. Durante coletiva de imprensa sobre as prévias do PSDB, partido do atual governador Reinaldo Azambuja, o presidente do partido, Sérgio de Paula, declarou que o secretário de infraestrutura, Eduardo Riedel é pré-candidato ao governo do Estado, nas eleições de 2022. “Eduardo Riedel, secretário de infraestrutura, nosso pré-candidato a governador”, disse ao cumprimentar os ocupantes da mesa. 

Outros possíveis nomes para concorrer são: André Puccinelli (MDB), Zeca do PT (PT), Delcídio do Amaral (PTB), senador Nelsinho Trad (PSD), Juiz Odilon de Oliveira (Sem Partido) e a Senadora Soraya Thronicke (PSL).


Presidente do PSD enaltece Marquinhos Trad durante evento regional
Prefeito Marquinhos Trad (PSD) Foto: Deurico


Prefeito

Quem também apareceu falando em uma pré-candidatura, foi o prefeito de Campo Grande, Marquinhos Trad (PSD). Reportagem assinada por Elaine Silva, já no dia 17 de dezembro, dizia que ele voltou a falar sobre a sua possível pré-candidatura ao Governo de Mato Grosso do Sul, em 2022 e que teria declarado durante entrevista ao B. de Paula na Fm Difusora Pantanal, que “quem quer vir para somar em um projeto de Mato Grosso do Sul, de uma política tributária justa, sem achacar ou arrochar, o cidadão sul-mato-grossense, não tem problema nenhum".

“Nós não vamos recusar parceria administrativa nenhuma, seja com direita, com centro, com a esquerda, seja quem for. Agora não me chame para sentar em uma mesa e começar a falar,  ‘Olha eu te apoio se você me der o vice, te apoio se você me colocar na chapa do senado, eu te apoio se você me der isso ou aquilo’, isso não funciona comigo", relatou Trad.

O prefeito ainda declarou que “[...] O perigo para a sociedade e um Estado onde o líder não dá o exemplo, o perigo para a sociedade é um Estado que tem as garras firme e forte para punir os fracos e é flexível na hora que senta com os grandes. Eu não tenho nada contra aqueles que prosperaram na vida, os benefícios eles devem ter, mas não pode haver privilégios e para os menores a justiça social é difícil.”


José Oríciro Miranda dos Santos (Zeca do PT)
José Oríciro Miranda dos Santos (Zeca do PT) Foto: Deurico




Rejeitado

Outro ex-governador do Estado chegou a falar em reeleição, mas o resultado de uma pesquisa deu a ele 30,35%, só que de rejeição, não da intenção de votos. 

Zeca do PT, que chegou a anunciar que seria um dos possíveis nomes para concorrer nas eleições de 2022 ao Governo de Mato Grosso do Sul, figurou na pesquisa do Instituto Ranking Brasil, divulgada no dia 21 de dezembro, como o mais rejeitado pelos entrevistados. 

Conforme a pesquisa o segundo em rejeição é Puccinelli, com 25,70%, em terceiro lugar está Marquinhos Trad (13,25%), Odilon (10,40%), David (8,10%), Capitão Contar (6,45%), Rose (4,50%), Riedel (3,65%) e Henrique Catan (2,20%). Os que não responderam ou não sabem, os que votam em branco ou anulam o voto e os indecisos somam 7,85%. 

Pesquisa foi realizada com duas mil entrevistas de 10 a 14 deste mês de dezembro de 2021 em 35 municípios de Mato Grosso do Sul. O intervalo de confiança é de 95% e a margem de erro máxima 2% pontos percentuais, para mais ou para menos.

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