A Estação de Monitoramento da Qualidade do Ar da UFMS divulgou relatório com resultados sobre a poluição em Campo Grande.
O relatório aponta que o fluxo de veículos é a principal fonte de poluição e que a qualidade do ar é classificada como boa na maior parte do ano. Contudo, as condições consideradas moderada, ruim e muito ruim são registradas nos meses mais secos.
De acordo com o professor do Instituto de Física, Widinei Alves Fernandes, a principal causa da piora da qualidade do ar em Campo Grande é a ocorrência de incêndios. “Estes períodos têm forte ocorrência de queimadas, tanto dentro da cidade como nas proximidades, além de um período longo sem chuva. A qualidade do ar fica mais comprometida”, afirma.
O professor explica que as informações colhidas são importantes para a população e para o poder público. Segundo ele, o monitoramento auxilia no aprendizado dos estudantes e também presta um serviço para o município.
“Ao longo do tempo, conseguimos saber quando os picos de concentração dos poluentes ocorrem, de onde vêm, o que causa o impacto e isso dá um subsídio para os órgãos públicos na tomada de decisões. Eles podem, por exemplo, fazer uma previsão do número de pessoas que procurarão os postos de saúde para fazer a inalação, ou a quantidade de pessoas expostas, ou seja, uma série de estudos podem surgir a partir do monitoramento, com alertas que podemos dar à população quando o nível de poluição ficar acima do permitido”, detalha o professor.
O trabalho dos pesquisadores e dos estudantes que atuam no projeto “Monitoramento da Qualidade do Ar na Cidade de Campo Grande” é contínuo e os dados são coletados diariamente, considerando os poluentes atmosféricos PM10 e PM2,5. “Quando a gente fala de poluição do ar, esse é o principal parâmetro para identificar a poluição atmosférica. Monitorar mostra claramente se a cidade é mais poluída ou menos poluída”.
O projeto foi desenvolvido em parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais e recebeu também a doação de consumíveis do Núcleo Ambiental do Ministério Público Estadual de Mato Grosso do Sul. Para o promotor de justiça Luciano Loubet, a parceria contribui diretamente para a sociedade. “Nesse projeto, podemos monitorar como está a qualidade do ar em Campo Grande e, caso ela venha a se deteriorar, temos subsídios concretos para acionar as autoridades competentes para que tomem as providências para evitar o pior”, ressalta.
As informações sobre a qualidade do ar são divulgadas diariamente no portal da Estação.
Texto: Mylena Rocha, com informações do MPMS.