O dólar abriu em alta nesta terça-feira (2), enquanto investidores aguardam pela decisão sobre as taxas de juros no Brasil e nos Estados Unidos amanhã.
As expectativas são de que o Banco Central do Brasil (BC) mantenha a taxa Selic em 13,75%, enquanto o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) deve elevar seus juros em 0,25%.
Às 10h09, a moeda americana subia 0,74%, cotada a R$ 5,0245. Veja mais cotações.
Na sexta-feira passada (28), último pregão de abril, o dólar fechou com alta de 0,15%, vendido a R$ 4,9874. Apesar do resultado, a moeda acumulou:
- Queda de 1,40% na semana;
- Recuo de 1,61% no mês;
- Baixa de 5,51% no ano.
O que está mexendo com os mercados?
Analistas e investidores aguardam pela decisão do Copom amanhã, com expectativas de que a instituição mantenha a taxa Selic em 13,75% ao ano, de forma a controlar o avanço dos preços.
As projeções para a inflação de 2023 seguem subindo e acima da meta do BC.
Segundo a última edição do Boletim Focus - relatório que reúne as perspectivas econômicas de diversos especialistas do mercado - o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que reflete a inflação oficial do país, deve apresentar uma alta de 6,05% neste ano frente os 12 meses anteriores.
Se a projeção se concretizar, este será o terceiro ano consecutivo em que a inflação fica acima da meta - que para 2023, é de 3,25%, podendo oscilar entre 1,75% e 4,75%.
Mesmo com as perspectivas de alta para a inflação, o Focus dessa semana também apresentou um aumento nas expectativas para o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro neste ano, passando de um crescimento de 0,96% no relatório da semana passada para 1,00% nesta semana.
No cenário internacional, as atenções também estão voltadas às decisões de política monetária, principalmente nos Estados Unidos.
Nesta quarta-feira, o Fed anuncia sua nova taxa de juros. As expectativas do mercado, segundo o BTG Pactual, são de uma elevação de 0,25%, o que levaria as taxas a um patamar entre 5,00% e 5,25%.
Juros elevados nos Estados Unidos pesam contra a moeda brasileira.
Especialistas explicam que, com essas taxas altas, os títulos públicos americanos, considerados os mais seguros do mundo, entregam rentabilidade mais atrativas e favorecem a migração dos investidores para os ativos do país - o que eleva o dólar em detrimento de moedas de outros países, sobretudo os emergentes.
Também haverá decisão sobre juros na zona do euro, na quinta-feira (4), com projeções de que o Banco Central Europeu suba as taxas em 0,50%.