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Sexta, 18 de outubro de 2024

Atenção ao som das passadas na corrida: quanto mais alto, maior o impacto

Fisiologistas do exercício, explicam estudo sobre como reduzir o barulho das passadas pode ajudar a prevenir lesões. Entenda

02 de ago 2023 - 13h:28 Créditos: Treinos
Crédito: Quanto maior o som da passada, maior o impacto — Foto: Istock Getty Images

Você gosta de correr ouvindo música? Se sim, saiba que um estudo americano publicado na Journal of Orthopaedic & Sports Physical Therapy (JOSPT) em 2017 sugere que esta pode não ser a melhor opção. Mas antes que você jogue seus fones de ouvido fora, entenda em que momento optar por ouvir o som dos próprios passos pode te ajudar a reduzir a sobrecarga da corrida e prevenir lesões.

Apesar do nosso amor incondicional pela corrida, é inegável que essa é uma atividade física cujas características peculiares (movimentos repetitivos, altos volumes etc) predispõem de maneira considerável ao surgimento de lesões (que atire a primeira pedra o corredor que nunca teve uma tendinopatia aqui ou uma fascite plantar ali ou uma bursite acolá). Justamente por isso, corrigir a biomecânica da corrida é tão importante para tratar e prevenir lesões.

Assim sendo, diversos métodos de retreinamento de corrida têm sido propostos. Inclusive uma revisão sistemática também publicada na JOSPT, dessa vez no ano passado, aponta que tais intervenções são de fato capazes de alterar de maneira eficaz a frequência de passos e a cinemática do joelho, reduzindo a sobrecarga vertical.

Muito bem, agora que concordamos que é possível corrigir a biomecânica da corrida e que essa intervenção é eficaz para prevenir lesões, vamos falar do primeiro estudo citado, o que usou o som dos passos para reduzir a sobrecarga da corrida. Nele, 14 corredores saudáveis em idade universitária (quatro homens e dez mulheres) foram solicitados a correr numa esteira ergométrica, no seu pace preferido, enquanto um medidor de decibéis fornecia feedback em tempo real da intensidade do som da esteira por meio de um aplicativo, ou seja, eles ouviam o som da passada.

Os participantes foram então solicitados a reduzir a intensidade do som da corrida enquanto recebiam feedback contínuo por 15 minutos. A hipótese doas autores era de que ao atenuar o som, os voluntários atenuariam também o impacto da passada.

Após a intervenção, foram detectadas reduções estatisticamente significativas no pico de impacto vertical, sobrecarga vertical instantânea e média de sobrecarga vertical. Ou seja, o uso do feedback sonoro (som da passada) provou-se um recurso válido com resultados de magnitude comparável a outros métodos de redução de sobrecarga durante a corrida. Afinal, a hipótese dos autores é de que quanto maior o som, maior o impacto. Consequentemente, para reduzir o som seria necessário atenuar o impacto.

Portanto, se você está em período de retreinamento/refinamento ou sofrendo com as consequências da sobrecarga da corrida, melhor deixar o fone de ouvido em casa e prestar bastante atenção ao som da passada. Desta forma, você contribuirá para a atenuação do impacto da corrida, favorecendo ainda mais a prevenção e/ou a recorrência de lesões.

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