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Domingo, 27 de julho de 2025

Bolsonaro avança sobre as polícias e conquista adeptos, mostra estudo

Estudo realizado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública joga luz sobre o tema e mostra que há sim motivos para preocupações.

02 de set 2021 - 08h:30 Créditos: DAIANE SCHUINDT
Crédito: Assessoria

Estudo realizado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública joga luz sobre o tema e mostra que há sim motivos para preocupações. Com base em analise nas redes sociais, os pesquisadores perceberam que o bolsonarismo mais radical tem avançado a passos largos sobre os quartéis das polícias militares Brasil afora. Eles compararam as interações de policiais que mantém perfil aberto nas redes com as páginas bolsonaristas e notaram que elas subiram 24% entre 2020 e 2021.

No mesmo período, as presença de PMs em páginas consideradas mais radicais, por defenderem ideias não compatíveis com o estado democrático de direito, subiu 29%. O dado é ainda mais expressivo quando se compara as interações dos oficiais das Polícias Militares, cuja presença em ambientes virtuais radicalizados subiu 35%.

Cabe ressaltar que a maioria dos perfis de policiais militares monitorados, 52%, não teve nenhuma interação com páginas bolsonaristas, mas no ano passado esse número era de 62%. "Os setores mais radicalizados tentam criar a narrativa de que estamos perto de  um ponto sem volta, que não há nada que os governadores possam fazer a respeito, mas há medidas concretas que podem mudar esse quadro", defende Renato. "Os governadores precisam assumir a pauta da reforma das polícias criando uma política de cargos e salários, ao mesmo tempo em que implementam programas de governança externa, chefiados pelo Ministério Público", propõe.

O clima de tensão em torno do dia da independência subiu na últimas semana, depois que o coronel da ativa Aleksander Lacerda, responsável por batalhões no interior do estado de São Paulo, convocou soldados da corporação a participarem dos protestos. Foi afastado por ordem do governador João Dória, mas o recado já estava dado. Desde então, as redes bolsonaristas e grupos nos aplicativos de mensagem têm incentivado a ida de policiais da ativa à manifestação, o que é vedado por lei. 

Internamente, o governo paulista trata o assunto como um caso isolado, mas mantém um trabalho dos grupos radicalizados nas redes sociais. Cerca de 30 homens da inteligência da polícia civil vasculham a internet em busca de informações que possam revelar a intenção de cometimento de atos antidemocráticos "Se o policial tem respeito ou gosta de seguir o bolsonarismo, eu não posso impedir que ele faça isso, mas eu posso impedir que ele tenha um comportamento que possa prejudicar o trabalho policial", diz Rui Ferraz Fontes, delegado geral da polícia civil de São Paulo.

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