
Não é novidade alguma a falta de segurança e até de liberdade que as mulheres vem sofrendo ao longo de toda a história. Liberdade de se expressar, de se vestir, e neste caso que vamos abordar hoje, de simplesmente se divertir socialmente em um ambiente público.
No último final de semana aconteceu a tradicional festa de rua da cidade de Douradina, Município vizinho de Dourados, conhecida como “Festa Agostina”. A festa já tem uma tradição e atrai público de toda a região principalmente pelos shows. No sábado (27) durante um dos shows que acontecia, uma pessoa que estava ali participando da festa, fez imagens de pessoas dançando a sua frente. Nas imagens aparecem meninas dançando a sua frente e ao lado aparece um homem em gestos publicamente obscenos enquanto olhava para estas meninas.
Ao notar que estava sendo filmado o homem se retirou, mas restaram as imagens do ocorrido. Em uma festa pública cheia de pessoas ao redor pois o local estava lotado, alguém tem a capacidade ou incapacidade de fazer algo assim. No mínimo já seria falta de respeito esse acontecimento, mas também pode ser configurado um atentado ao pudor.
Associando ao que presenciamos ultimamente em nossos noticiários da cidade e da nossa região, onde as mulheres são desrespeitadas e abusadas em casa, no meio da rua, no trabalho, restam inúmeras perguntas, inúmeras dúvidas, inúmeros questionamentos.
Restringir uma pessoa de usar uma roupa, de frequentar um local, de se divertir em uma festa pública ou até mesmo de andar na rua, essa é a saída?
Fica aqui aquele sentimento de impunidade pois cada vez mais casos assim acontecem e menos culpados são efetivamente punidos.
O que as mães dessas meninas que estavam nesta festa vão dizer agora? Talvez proibi-las de estar em locais assim, mas pensando em protege-las. Aqueles conselhos tradicionais das mães: “Não confie em ninguém” “Não fale com estranhos”. Essa não é e jamais será a solução. E o direito de ir e vir. É uma discussão que envolve toda a sociedade, com mais políticas públicas voltadas a campanhas e informações, mais educação, e, o principal, o cumprimento das leis já existentes para que os acusados sejam efetivamente punidos.
