
A deputada federal mato-grossense Coronel Fernanda (PL) protagonizou um momento de tensão na sessão da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS, nesta segunda-feira (2). Ela se envolveu em uma discussão acalorada com a senadora Leila Barros (PDT-DF), que terminou em bate-boca e confronto direto entre as duas no plenário.
O episódio ocorreu após a aprovação de pedidos de prisão preventiva de investigados na Operação Sem Desconto, que apura fraudes bilionárias contra aposentados e pensionistas por meio de descontos não autorizados em benefícios do INSS.
Ao comemorar o resultado da votação, Coronel Fernanda exaltou-se: “Aprovamos, aprovamos”. A fala irritou a senadora Leila, que rebateu afirmando que a base do governo também havia apoiado a medida. A troca de palavras elevou o clima, levando ambas a se levantar e se encarar, até que colegas intervieram para evitar maiores desdobramentos.

Apesar da confusão, a CPMI aprovou um dos principais requerimentos da pauta: o encaminhamento à Polícia Federal de pedidos de prisão preventiva contra alvos citados na operação conduzida pela PF e pela Controladoria-Geral da União (CGU). O cumprimento, entretanto, dependerá de autorização judicial.
A tensão na comissão não se limitou à cena protagonizada por Fernanda e Leila. Parlamentares da base governista protestaram contra o relator do processo, que deixou de incluir no pedido o nome do ex-ministro da Previdência e ex-presidente do INSS, Ahmed Mohamad Oliveira Andrade — que, à época dos fatos, usava o nome José Carlos Oliveira.
A CPMI
A CPMI do INSS é uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito formada por deputados e senadores, criada para investigar fraudes e irregularidades relacionadas ao Instituto Nacional do Seguro Social.
O que a CPMI do INSS investiga?
- O principal foco são fraudes em empréstimos consignados e descontos indevidos feitos diretamente na folha de pagamento de aposentados e pensionistas.
- O caso ganhou notoriedade após a Operação Sem Desconto, deflagrada em abril de 2024 pela Polícia Federal e pela Controladoria-Geral da União (CGU).
- As investigações apontam que bilhões de reais podem ter sido desviados por meio de cobranças não autorizadas em benefícios previdenciários.
- O esquema envolvia empresas, servidores e possíveis omissões de autoridades ligadas ao sistema de concessão de crédito e à gestão do INSS.