O assassino do ator Rafael Miguel, de 22 anos e de seus pais, Paulo Cupertino Matias, estava escondido em um sítio da cidade de Eldorado – MS.
Alfonso Helfenstein proprietário do local que Cupertino estava também é considerado foragido da polícia. Criador de gado e piloto profissional de avião foi preso em 2008 por transportar cerca de 300 quilos de maconha. Afonso usou o nome de “Carlos Helfenstein”, para comprar um celular para o suspeito.
Desde quando os policiais de São Paulo foram para Eldorado, Afonso desapareceu. Ele foi procurado em propriedades que estão no seu nome, porém não foi encontrado. Sua esposa paraguaia falou que seu marido deu emprego para o autor sem saber quem ele era. Os agentes não acreditam na versão da mulher.
Em 27 de outubro o dia da fuga do criminoso, Afonso esteve duas vezes no aeroporto. Os funcionários foram dispensados no momento, por isso ninguém sabe se realmente os dois estavam juntos.
Em Eldorado, os moradores estão chocados por saber que conviveram com Cupertino. “Inacreditável. A gente mora aqui, mas não sabe mexer na internet, no celular, para ver essas coisas”, alega os entrevistados, que afirmam que jamais souberam da verdade por trás de “Seu Manoel”, nome falso criado pelo homem.
Uma vizinha de Cupertino afirmou para a equipe da Record TV que conheceu apenas o “Seu Manoel”. “Para nós, uma excelente pessoa. Eu não posso falar nada assim incriminando ele. Eu nunca suspeitei, né? Pra falar a verdade, eu (…) sentia um carinho por ele, dó”, diz a agricultora.
“Eu não conheci outra pessoa. Eu conheci ‘Seu Manoel’. Eu jamais imaginei. Deus me livre uma pessoa assim dentro da minha casa. Até comeu aqui, com ‘nois’ na mesa. Ele ia pra cidade jogava muito [lotérica]”, declara uma testemunha.
De acordo com informações, o autor viveu em uma propriedade rural, em uma casa de 90 metros quadrados. Cupertino se dava muito bem com os vizinhos e os mesmos passavam conversando com o homem sem saber quem ele era.
A identidade falsa que o criminoso usa é Manoel Machado da Silva, o documento foi feito no Paraná.
Paulo fugiu da localidade rural com poucas peças de roupas, ele ficou naquela região aproximadamente 15 meses. O assassino ficou um tempo na cidade, onde um casal chegou a abrigar o homem.
Assim como todos, nenhuma suspeita aconteceu nessa convivência. “O meu patrão, dono da propriedade em que eu trabalho, apresentou ele. Trouxe lá porque eu ‘tava’ precisando de um funcionário”, explica o rapaz. Segundo o caseiro, Cupertino trabalha na propriedade como peão: “Arpar barracão, tratar de vaca no confinamento, vaca de leite, manejo de gado”, diz.
Ainda segundo o caseiro, “Seu Manoel” nunca comentou sobre o seu passado e nem de onde veio. A única visita que recebia era do patrão, dono do sítio onde viveu, Alfonso Helfenstein.
Paulo sempre andava de máscara pela cidade e ganhou a confiança dos moradores. O mesmo chegou a ir até um posto de saúde, buscando por atendimento, usando uma carteirinha falsa do SUS. Ele frequentava lugares públicos do município, sem medo.
Hoje, os policiais acreditam que Cupertino tenha raspado o cabelo e a barba. As denúncias para novas pistas de Paulo Cupertino devem ser denunciadas pelo telefone (11) 3311-3950.