Crédito: Reprodução/Redes Sociais Dias antes de Gerson de Melo Machado — conhecido como “Vaqueirinho” — invadir a jaula de uma leoa e morrer, o diretor da Penitenciária Desembargador Flósculo da Nóbrega, Edmílson Alves, já havia feito um alerta público sobre o grave quadro psicológico do ex-detento. Em vídeo publicado em 25 de novembro, o gestor relatou que Gerson apresentava transtornos mentais severos e comportamento incompatível com a vida em liberdade.
Segundo Edmílson, durante o período em que esteve preso, Gerson era acompanhado por equipe de saúde, usava medicação contínua e protagonizou episódios de surto, automutilação e agressões contra si próprio. “Quem conversar com Vaqueirinho por 5 ou 10 minutos percebe que ele não é uma pessoa normal. Ele tem laudo, é acompanhado. O tempo todo no presídio foi sob medicação”, afirmou.
O diretor contou ainda que Gerson teria arremessado uma pedra contra uma viatura policial com o objetivo de ser levado novamente à delegacia. “Ele dizia que não queria ficar nas ruas”, completou.
‘Tragédia anunciada’, dizem servidores
Após a morte do ex-detento, Edmílson voltou às redes sociais para lamentar o desfecho. Ele reforçou que a Justiça havia encaminhado Gerson para acompanhamento no Caps, mas que o equipamento não teria condições de mantê-lo sob vigilância contínua. “Ele fugiu. Falamos tanto da situação dele. Era uma pessoa que precisava de ajuda”, disse.
Yves, chefe de disciplina do Presídio do Róger, também declarou que o caso era uma “tragédia anunciada”. Segundo ele, o raciocínio de Gerson era semelhante ao de uma criança e suas reações dependiam de pequenas trocas, como doces, para evitar crises. “Precisava de uma atenção maior”, afirmou.
O sepultamento de Gerson ocorreu na segunda-feira (1º), no Cemitério do Cristo, em João Pessoa (PB).



