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Domingo, 22 de dezembro de 2024

Canibalismo pode virar opção para jacarés sobreviverem no Pantanal

O Pantanal vem enfrentando uma seca severa desde 2019 por conta das mudanças climáticas globais

03 de ago 2022 - 14h:40 Créditos: O Sul Mato Grossense
Crédito: Reprodução

Centenas de jacarés foram vistos aglomerados em uma lagoa, à procura de água e alimento. O vídeo chocante mostra a luta que os animais estão enfrentando na região do Porto Esperança, em Corumbá/MS, a 420 km de Campo Grande.

“Geralmente, os jacarés são adaptados a sobreviver em ambientes sazonais como o Pantanal, cheia e seca, mas não resistem a seca contínua e morrem”, é o que explica a pesquisadora da Embrapa Pantanal, Zilca Campos.

Nas imagens, registradas pelo gerente de fazendas, Calixto Andreta Júnior, é possível ver os animais amontoados em um lago com somente a cabeça para fora. Essa posição é explicada pela pesquisadora.

“A imagem é chocante, essa postura de todos na poça é de concentração. O comportamento de agrupar na mesma poça é natural da espécie, em períodos de seca. O problema que isso está o ano todo e as chuvas têm sido poucas. A cabeça levantada é uma forma deles se manterem atentos e evitar canibalismo, pode ser que a falta de alimento faça com que os mais fortes comecem a matar e comer os mais fracos e desnutridos”, explicou.

O Pantanal vem enfrentando uma seca severa desde 2019 por conta das mudanças climáticas globais. Sem ter muito o que fazer, a pesquisadora recomenda aqueles que desejam ajudar, oferte água para os jacarés.

“Precisa chover rápido. O que recomendamos é que os poços artesianos sejam abertos e água levada para esses açudes, podendo ofertar água nós evitamos que os jacarés acabem morrendo desidratados”, finaliza Zilca.

Os biólogos e veterinários do GRETAP-MS, em parceria com a Polícia Militar Ambiental (PMA-MS), montaram uma operação para alimentar jacarés desnutridos para que eles possam efetuar a travessia de rio.

A primeira fase da operação aconteceu na quarta-feira (27) e mais de 250 jacarés foram alimentados com mais de trezentos quilos de proteína animal.

Conforme a PMA, caso esses animais não consigam chegar até uma área de rio, uma força tarefa será montada e eles serão capturados e transportados até um local onde possam obter recursos para a sobrevivência.

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