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Quinta, 18 de setembro de 2025

Estufas holandesas já estão mais escuras por preços do gás

O aumento dos preços da energia tem obrigado a ampla rede de estufas nos Países Baixos

03 de out 2021 - 07h:05 Créditos: Redação
Crédito: Assessoria

O aumento dos preços da energia tem obrigado a ampla rede de estufas nos Países Baixos - as maiores do continente - a apagar as luzes ou reduzir o consumo, o que ameaça o fornecimento de frutas, legumes e flores na Europa.

Os Países Baixos são o segundo maior exportador mundial de alimentos em valor, em parte devido às estufas de alta produtividade que abrangem cerca de 10 mil hectares, aproximadamente o tamanho de Paris. Essas estufas cultivam legumes como tomates, pepinos e pimentões e flores, incluindo orquídeas, tulipas e crisântemos, tornando o país um dos principais fornecedores de produtos frescos da Europa e um enorme centro de comércio floral. Em 2020, as exportações holandesas de produtos de estufas totalizaram 9,2 bilhões de euros (US$ 10,7 bilhões).

Mas o aquecimento dessas grandes estruturas de vidro consome até 3 bilhões de metros cúbicos de gás natural por ano, ou cerca de 8,2% do consumo total de combustível do país. Os crescentes preços da energia na Europa causam um “impacto em massa” no setor, disse Cindy van Rijswick, analista sênior do Rabobank. Isso leva alguns produtores a reduzirem a iluminação, encerrar a temporada de cultivo mais cedo ou começar no final da próxima primavera.

“Essas são medidas drásticas que reduzem a produção e a produtividade e têm grandes consequências econômicas para as empresas”, segundo a associação do setor Glastuinbouw Nederland. “Não podemos descartar que consumidores também poderão pagar mais por seus legumes, flores e plantas.”

Qualquer escassez de frutas e vegetais pode acelerar ainda mais a inflação de alimentos. O índice de preços mundiais das Nações Unidas  está perto do maior nível em uma década. As colheitas de grãos foram afetadas pelo mau tempo, os custos de transporte disparam e a escassez de trabalhadores atinge de fazendas a restaurantes. A crise energética pode agravar esses problemas, afetando não apenas as estufas, mas também os custos de fertilizantes que aumentam a produtividade das plantações.


Na Lans, uma produtora de tomate de Maasdijk que produz cerca de 40 milhões de quilos por ano, as estufas já estão mais escuras. A maior parte da colheita é cultivada em ambientes fechados e, normalmente, todas as lâmpadas usadas para iluminar as vinhas são acesas quando a luz do dia diminui no inverno. Este ano, apenas entre 50% e 80% estão funcionando.

“No fim, produziremos menos”, disse Erwin van der Lans, diretor operacional. “Isso está começando agora. Nossa produção foi cortada em cerca de 10%, podendo chegar a 20%. Os clientes, aos poucos, começarão a pagar mais.”

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