
De acordo com especialistas em política externa e comércio exterior, a eleição para presidente dos Estados Unidos terá um grande impacto em todo o mundo. Isso porque irá definir quem ficará a frente da maior economia, se será Donald Trump ou Joe Biden. Ainda são muitas expectativas e incertezas.
Os EUA é o segundo maior parceiro do Brasil, em questão comercial e independentemente do resultado das eleições, um aumento do fluxo de negócios bilaterais depende mais da dinâmica de recuperação da economia e de uma maior diversificação e competitividade da pauta de exportação do que necessariamente da política do próximo governo ou de maior alinhamento entre os países.
Os dados da balança comercial brasileira mostram que a corrente de comércios (soma de exportações e importações) entre Brasil e EUA, vem se mantendo historicamente estável na última década, num patamar entre US$ 50 bilhões e US$ 60 bilhões por ano. Em 2019, ficou em R$ 59,8 bilhões. O melhor resultado dos últimos anos foi registrado em 2014, quando somou R$ 62 bilhões.
"É uma relação bastante madura. Não deveremos ter nem um crescimento exponencial de comércio qualquer que seja o presidente, nem vai ter uma queda abrupta", avalia Welber Barral, estrategista de comércio exterior do Banco Ourinvest e ex-secretário nacional de Comércio Exterior.
É consenso entre os analistas, entretanto, que diante uma eventual vitória de Biden a agenda ambiental deverá se transformar em um tema prioritário na relação bilateral e em negociações comerciais.
"Se o Biden ganhar, temas como proteção do meio ambiente, Amazônia, direitos das minorias vão ganhar mais relevância na forma como os EUA se relacionam com o mundo e vão certamente vir para o palco principal das discussões, inclusive das comerciais entre Brasil e Estados Unidos", afirma O vice-presidente executivo da Amcham Brasil, Abrão Neto.