Era o tempo ‘fechar’ e a vizinhança já sabia: a chuva e ventania poderiam derrubar a banca do Cleitão [Cleiton Oliveira de Araújo, de 35 anos], só que todo mundo estava pronto para ajudar. Há 8 anos nesta luta, ele pensou que o sonho viria por água abaixo com a pandemia. Só que, ao lado da esposa, persistiu e agora monta e desmonta a loja, diariamente, em um motorhome.
Foto: Henrique Arakaki/Jornal Midiamax
Além de sair da banca para um trailer, no cruzamento da avenida Campestre com a rua Tremembé, no Jardim Centenário, em Campo Grande, Cleiton e a esposa, Bruna Nascimento de Souza, de 30 anos, passaram a oferecer os produtos dentro de um motorhome, adquirido há 4 meses.
“Na pandemia as feiras acabaram e a gente ficou muito preocupado. Lembro até que mandaram a gente vender na frente de casa e não tinha como. Só que a gente persistiu e, ao contrário, conseguimos crescer. Daí o meu marido sonhava com um ônibus grande, escolar, mas, não tínhamos condições e aí ele viu o anúncio deste motorhome e foi em Aquidauana buscar”, argumentou Bruna ao Midiamax.
Cones de trânsito viram manequim e pneu destaca produtos
Criativo, feirante usa cones como manequins. Foto: Henrique Arakaki/Jornal Midiamax
Conforme Bruna, o marido fez questão de ir pessoalmente ver o veículo e fazer negócio. “Ele trouxe todo feliz e essa é a nossa loja agora. O estoque fica dentro dela e tiramos a mercadoria todos os dias. É mais ou menos uma hora para arrumar tudo diariamente. E meu marido é bem criativo, usa cones de trânsito como manequim e pneu para ajudar a destacar os produtos. Tudo de diferente aqui é ideia dele”, disse.
Enquanto a esposa permanece em um local, Cleiton sai para participar de outras feiras na cidade.
“Nossa rotina é bem dividida. Deixamos os filhos na escola, um vai dirigindo o carro, o outro o motorhome e começamos a montagem da loja. Meu marido, de quarta a domingo, também tem as feiras para participar. Agora, nosso próximo passo, é uma loja física”, falou, emocionada.
Ao relembrar parte da trajetória, Cleitão, como é chamado, fala que lembra muitos dos perrengues que já passaram. “Quando chovia, já vinha aquela ventania e começava a jogar as nossas coisas, até lá para perto do córrego. Mas a gente foi persistindo, até que as coisas foram melhorando. O negócio é trabalhar que você vai pra frente”, finalizou.