O Ministério da Saúde decidiu ampliar nesta quarta-feira (04) o público da vacinação contra o HPV, ou Papilomavírus Humano - um vírus sexualmente transmissível.
Com a medida, usuários da Profilaxia Pré-Exposição ao HIV (PrEP) entre 15 e 45 poderão tomar a vacina quadrivalente (HPV4), que protege contra os tipos 6, 11, 16 e 18 do vírus.
A informação foi apurada e divulgada pela ministra Nísia Trindade nas redes sociais. Uma nota técnica com todas as diretrizes de imunização também foi publicada nesta quarta. Com isso, a recomendação já passa a valer, embora a pasta ainda esteja enviando ofícios para comunicar a mudança aos estados.
Segundo o ministério, a medida foi implementada porque usuários da PrEP apresentam risco aumentado de aquisição da infecção pelo HPV.
“Esse é um público do ponto de vista da possibilidade de adquirir o vírus pela via sexual, é um grupo que está em maior risco, então a possibilidade de ele ser vacinado foi discutida no nosso comitê técnico assessor de imunização, a nossa CETAI, que reúne pesquisadores, sociedades científicas do Brasil”, disse Ethel Maciel, secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde.
A vacina contra o HPV existe há 10 anos. Ela é distribuída de forma gratuita pelo SUS para os seguintes grupos:
- Meninas e meninos de 9 a 14 anos
- Pessoas de 9 a 45 anos em condições clínicas especiais, como as que vivem com HIV/Aids, transplantados de órgãos sólidos ou medula óssea e pacientes oncológicos (imunossuprimidos)
- Vítimas de abuso sexual
- Pessoas portadoras de papilomatose respiratória recorrente (PPR)
A rede privada já tem disponível a vacina nonavalente, que protege contra mais cinco tipos de vírus: 31, 33, 45, 52 e 58.
Já a PrEP é uma das principais formas de prevenção do HIV. Comprimidos são tomados (PrEP diária e sob demanda) antes da relação sexual, o que permite ao organismo estar preparado para enfrentar um possível contato com o HIV.
O usuário da PrEP realiza acompanhamento regular de saúde, com testagem para o HIV e outras Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST).
"Importante lembrar que a vacina contra HPV e a PrEP não impedem a infecção, sobretudo por outras ISTs. Então não podemos nos descuidar no uso da camisinha", destacou a ministra da Saúde, Nísia Trindade, em uma postagem no X (antigo Twitter) nesta quarta.
A prevenção combinada aumenta consideravelmente a proteção. — Nísia Trindade, ministra da Saúde.
Como será a vacinação
- Segundo o ministério, o usuário de PrEP poderá se vacinar contra o HPV em qualquer sala de vacina pública, como posto de vacinação, CRIE, Serviço de Atendimento/SAE, Centro de Testagem e Aconselhamento, desde que apresente qualquer tipo de comprovação de que faz PrEP.
- Os documentos incluem o formulário de prescrição do imunizante, prescrição de PrEP, cartão de seguimento, entre outros.
A recomendação é que não vacinados contra o HPV recebam três doses no esquema 0 – 2 – 6 meses (segunda dose dois meses após a primeira e terceira 6 meses após a primeira dose).
No caso de pessoas que utilizam a PrEP e foram previamente vacinadas, mas com esquema incompleto, a recomendação é completar as três doses.
Já pacientes que utilizam a PrEP e foram vacinados com esquema completo conforme preconizados para determinadas faixas etárias ou situações especiais, não deverão ser vacinados novamente com qualquer dose.
Fora isso, a vacina contra o HPV é contraindicada para gestantes e para qualquer pessoa com alergia a algum dos seus componentes.