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Sábado, 20 de abril de 2024

Professor nigeriano é agredido fisicamente e chamado de “preto” em mercado

O autor foi autuado em flagrante por injúria racial e “vias de fato” mas pagou fiança e foi liberado

04 de ago 2022 - 07h:50 Créditos: Dourados Informa
Crédito: Dourados Informa

O nigeriano Sikiru Olaitan Balogun, 48, foi vítima de agressão física e injúria racial nesta quarta-feira (3) dentro do Atacadão, na Avenida Marcelino Pires, em Dourados. Doutor em química, Sikiru é naturalizado brasileiro e professor na UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados).

Segundo boletins de ocorrência registrados pela Polícia Militar e pela Polícia Civil, o autor das agressões e do crime de injúria racial foi o auxiliar de serviços gerais Jaime Matias da Rui, 61, morador no Jardim Água Boa.

Jaime foi autuado em flagrante por injúria racial e “vias de fato”, mas o delegado de plantão estipulou fiança de um salário mínimo e ele informou que pagaria o valor para responder o processo em liberdade.

Sikiru Olaitan Balogun, a esposa de 43 anos e o filho do casal, de 6, faziam compras no Atacadão quando ocorreram os crimes. O professor disse aos policiais que deixou a criança ao lado de um carrinho na fila – que ele acreditava que fosse o seu – enquanto pesava as frutas.

Quando voltou para a fila, Sikiru foi informado pelo filho que tinha sido agredido por uma mulher que havia acusado a criança de roubar o carrinho de compras dela. A mulher, de 62 anos, era a esposa de Jaime da Rui.

O professor universitário foi então até a mulher para saber o que tinha acontecido e ela teria dito que eles estavam roubando seu carrinho. O episódio gerou discussão entre Sikiru, Jaime e a mulher que havia acusado a criança.

Sikiru afirma ter sido chamado de “preto” pelo casal e agredido fisicamente por Jaime. Imagens das câmeras do mercado entregues por funcionários à polícia mostram Jaime desferindo um soco no professor da UFGD. Outra cliente, de 24 anos, se apresentou aos PMs afirmando que tinha presenciado os crimes e se prontificou a ser testemunha.

Jaime e a mulher foram localizados no estacionamento do mercado e levados para a Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário). Na delegacia, a mulher de Jaime se dirigiu a um dos policiais e disse que não tinha batido na criança, apenas tirado a mão do menino de seu carrinho.

Ela alegou que fez isso porque em outra ocasião seu carrinho teria sido roubado por “esse tipo de pessoas”, se referindo a estrangeiros. Apesar da atitude da mulher, ela foi apenas arrolada como testemunha.

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