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Sexta, 05 de setembro de 2025

Pastor que abusava sexualmente de fiéis em Dourados e alegava ‘cura espiritual’ é condenado

Evandro Luiz Baptista recebeu pena de seis anos e oito meses de prisão por crimes contra quatro mulheres, mas poderá recorrer em liberdade.

04 de set 2025 - 09h:17 Créditos: Cg News
Crédito: O pastor Evandro Luiz Baptista, em foto publicada nas redes sociais. (Foto: Reprodução/Facebook)

A Justiça condenou o pastor Evandro Luiz Baptista, de 53 anos, por abusar de mulheres sob a promessa de “cura espiritual”. A decisão foi tomada em 3 de julho pela 3ª Vara Criminal de Dourados e tornou-se pública nesta quarta-feira (3).

O juiz Pedro Henrique Freitas de Paula fixou penas que somam seis anos e oito meses de reclusão em regime inicial semiaberto. O pastor foi responsabilizado por um crime de violação sexual mediante fraude e três crimes de importunação sexual. Mesmo condenado, ele poderá recorrer em liberdade.

De acordo com a sentença, um dos episódios resultou em pena de dois anos e oito meses de prisão por violação sexual mediante fraude, com reconhecimento de violência contra a mulher e abuso de poder relacionado à função religiosa. Nos outros três casos, a condenação foi por importunação sexual, com um ano e quatro meses para cada vítima.

Além da pena de prisão, Baptista foi condenado a pagar indenização mínima de R$ 10 mil a cada uma das quatro mulheres. O magistrado rejeitou a substituição da pena por medidas alternativas e negou a suspensão condicional da pena.

A denúncia, apresentada em 2024, apontou que o pastor se aproveitava da posição de líder espiritual e realizava encontros de oração durante madrugadas, tanto em montes quanto no templo em construção. Durante esses rituais, ele falava em “línguas estranhas” e convencia fiéis a praticarem atos sexuais, sob alegação de que a “passagem do varão” era necessária para transmitir energia vital e promover cura espiritual.

As vítimas, três jovens de 20 a 22 anos e uma mulher de 40, relataram beijos forçados, toques íntimos e atos sexuais sem consentimento. Testemunhas confirmaram à polícia que fiéis deixaram de frequentar a igreja após os episódios e que obreiros chegaram a pedir que o pastor encerrasse os contatos a sós com mulheres.

O caso levou à prisão preventiva de Baptista em agosto de 2024, cumprida pela Guarda Municipal de Dourados após pedido da DAM (Delegacia de Atendimento à Mulher). Em novembro do mesmo ano, ele foi solto com medidas cautelares.

Na época, a defesa negou os crimes e afirmou que as relações foram consensuais. O advogado Rubens Dariu Cabral declarou que uma das vítimas fez a denúncia após a descoberta de um caso extraconjugal com o pastor e sustentou que havia troca de mensagens amorosas, áudios e fotos que comprovariam o consentimento. Ele disse ainda que recorrerá da decisão.

A sentença estabelece que o réu poderá recorrer em liberdade.

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