
No dia 29 de maio de 1983, Maria da Penha, farmacêutica, mãe de três filhas e na época com 38 anos, acordou com um barulho no seu quarto.
Maria não conseguia se mexer, ela havia levado um tiro. O marido dela, Marco Antônio Heredia Viveros, que era economista e professor universitário, contou que assaltantes entraram na casa e dispararam contra sua esposa.
Ela ficou quatro meses internada em hospitais, mas acabou por perder o movimento das pernas. A farmacêutica voltou para casa sem saber que seu marido foi quem tentou matá-la, de fato.
Após algumas investigações, a polícia concluiu que Antônio foi quem atentou contra a vida de Maria da Penha, o homem ainda tentou assassiná-la eletrocutada em um chuveiro. Depois de 19 anos e seis meses o economista foi punido.
A demora e toda a luta de Maria da Penha por justiça inspirou milhares de mulheres no país. No entanto, Marco Antônio, que foi condenado duas vezes, conseguiu a liberdade.
A mulher não desistiu e recorreu a órgãos internacionais. O agressor, então, foi preso em 2002, cumpriu três anos na prisão e agora vive no regime semiaberto.
Mas a luta de Maria da Penha não foi em vão, em 2006, o então presidente Lula, sancionou a lei 11.340, a Lei Maria da Penha, que cria mecanismos para acabar com a violência familiar contra a mulher.