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Quinta, 28 de março de 2024

Morador dos EUA é deportado para o Haiti sem conhecer o país

Ele nasceu na França e desde pequeno vive em Nova York

05 de fev 2021 - 14h:13 Créditos: Roberta Ferreira
Crédito: Divulgação

Paul Pierrilus, de 40 anos, nasceu na França e desde os seus cincos anos de idade vive em Nova York, nos Estados Unidos, pois na última terça-feira (2), ele foi deportado para o Haiti.  

Ele foi levado com centenas de haitianos para o país que não sabe falar a língua deles e muito menos conhece alguém.

"Ele é filho de pais haitianos, mas nasceu na ilha de Saint Martin, território ultramarino francês. Portanto, como nem a França nem o Haiti conferem automaticamente a cidadania nesses casos, então ao longo de sua vida ele não foi capaz de usar qualquer nacionalidade", diz Nicole Phillips, a advogada de Pierrilus, à BBC Mundo.

Para ir para o Haiti é necessário que apenas um dos pais tenham nacionalidade haitiana.

Na segunda-feira (1º) os policiais apareceram na sua residência e falaram para ele pegar as suas coisas, pois seria deportado.  

"Então ele nos ligou e tentamos perguntar para onde o estavam levando, mas eles se recusaram a oferecer essa informação", diz à BBC News Mundo Guerline M. Jozef, diretora da Haitian Bridge Alliance, ONG que representa Pierrilus.

"A única maneira de sabermos que ele estava sendo deportado foi porque estávamos falando com ele por telefone. É assim que tratam as pessoas. Se não tivéssemos falado ao telefone, Paul teria desaparecido", acrescenta.

Um dos motivos que o levou a ser removido do país é por conta das últimas atitudes do ex-presidente, Donald Trump, de deportar quem não for dos EUA.  

"Pierrilus tem uma condenação criminal em 2003 por venda de entorpecentes e um juiz de imigração ordenou sua remoção dos Estados Unidos em 1º de junho de 2004", informa o comunicado do ICE.

"No dia 11 de janeiro, Paul foi a uma audiência com as autoridades de imigração, a que tinha que comparecer regularmente após sua prisão para confirmar autorização de trabalho e residência, quando foi preso sem motivo aparente", diz sua advogada.

Josef, por sua vez, lembra que, após sua prisão, as autoridades planejaram deportá-lo em 19 de janeiro, em um dos últimos voos.  

"Mas, devido a nossos esforços, do congressista Mondaire Jones e da embaixada do Haiti, conseguimos tirá-lo do avião quase no último minuto", diz ele.


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