
Segundo um relatório do grupo defensor dos direitos digitais, foram 29 países que bloquearam ou diminuíram a velocidade da internet de forma intencional durante o ano passado.
No total, foram 155 restrições, um percentual de 27% menor do que em 2019, quando houve 213 interrupções.
O país campeão em restrições foi a Índia, que interrompeu a conexão 109 vezes, em 2020, ou seja, 90% no território da Caxemira.
De janeiro de 2020 a fevereiro de 2021, a internet na Caxemira ficou limitada à conexão 2G, que tem velocidade muito mais baixa do que a banda larga 4G.
A maioria da população da Caxemira é muçulmana, a única região indiana em que os islâmicos são maioria, em vez dos hindus.
Muitas pessoas que vivem ali não querem que o território seja governado pela Índia, preferindo a independência ou a adesão ao Paquistão.
Interrupções de conexão também aconteceram na América Latina: Venezuela, Equador e Cuba, que restringiram o acesso à internet durante o ano passado.
Na Europa, o bloqueio em Belarus durante o período de eleições e protestos foi destacado pelo relatório. Na ocasião, o governo restringiu o acesso às redes sociais, incluindo WhatsApp e Telegram, em uma tentativa de dificultar a articulação de manifestações.
Os governos justificaram o bloqueio à internet citando notícias falsas, medidas de precaução, segurança pública e segurança nacional.
Sete países, incluindo Índia, Guiné, Belarus, Burundi, Quirguistão, Tanzânia e Togo, restringiram a conexão durante o período eleitoral em 2020.