
Nesta sexta-feira (5), foram resgatados 66 trabalhadores em condições análogas à escravidão durante uma operação realizada pelo Grupo Móvel Nacional de Erradicação do Trabalho Escravo.
Os homens viviam em uma carvoaria em Brasilândia de Minas (MG), cidade localizada a 493 km de Belo Horizonte.
Grande parte dos funcionários foi aliciada em outros estados, principalmente no Paraná, mediante promessas de boas condições de trabalho e de remuneração. A realidade encontrada por eles, porém, foi bem diferente.
Segundo informações do Ministério Público, que também participou da operação, os trabalhadores eram submetidos a rotinas degradantes, como aspiravam cinzas de carvão sem os equipamentos de proteção adequados, tomavam banho de mangueira sem privacidade, utilizavam o mato como banheiro e folhas de livros didáticos como papel higiênico.
Eles não tinham carteiras de trabalho assinadas e tiveram os documentos pessoais retidos.
A falta de água nas dependências era frequente. Existia, ainda, um depósito de combustíveis aos fundos, gerando riscos de incêndio e explosão.
As empresas foram autuadas e o acerto rescisório dos trabalhadores foi concluído durante a operação.
Os empregadores assinaram um TAC (Termo de Ajuste de Conduta) com o Ministério Público do Trabalho e com a Defensoria Pública da União, comprometendo-se a regularizar o ambiente de trabalho e a indenizarem os trabalhadores por danos morais individuais e coletivos.
As rescisões e indenizações, somadas, ultrapassaram o valor de R$ 970 mil.