Depois de 15 dias de quarentena, com todo o comércio considerado não essencial fechado, Campo Grande retoma, aos poucos, a atividade econômica com a permissão de abertura das lojas a partir de hoje.
Para isso, a Prefeitura de Campo Grande determinou, por meio de resolução publicado na sexta-feira (3), o plano de diretrizes com base em critérios de biossegurança para o enfrentamento da Covid-19 nas atividades econômicas e sociais da Capital, além do decreto 14.231, que permitiu a abertura dos comércios.
Entre as medidas que deverão ser adotadas pelos empresários, a administração recomendou evitar aglomerações e preservar o distanciamento mínimo de 1,5 metro, com demarcação no chão de distanciamento mínimo também de 1,5 m em filas. As máquinas eletrônicas de pagamento via cartão de débito ou crédito devem ser higienizadas após cada uso.
Os estabelecimentos estão limitados a atender apenas 30% da capacidade normal, além de serem obrigados a disponibilizar álcool em gel para os clientes e adotar medidas para reforçar a higienização do ambiente.
Conforme a prefeitura, poderão abrir lojas de roupas e acessórios, o Mercadão Municipal, floriculturas, consultórios médicos, clínicas de fisioterapia, clínicas veterinárias, agricultura, pecuária e serviços relacionados, serviços de manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos, comércio de veículos e oficinas mecânicas, corretoras de seguros e serviços relacionados, agências de turismo, imobiliárias, escritórios de advocacia, engenharia e de outros profissionais liberais, cartórios, atividades de contabilidade e afins, seleção e agenciamento de mão de obra, reparação e manutenção de equipamentos de informática, repartições públicas municipais, entre outros locais.
Entretanto, continuam fechadas – alguns sem previsão de serem reabertos – escolas, faculdades, feiras livres, academias, galerias de lojas, casas noturnas e a Feira Central, bem como o Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso do Sul (Detran-MS), o Camelódromo, shoppings, espaços de shows e eventos culturais ou com aglomerações.
Nas lojas de venda de roupas e assessórios, está proibido a prova de peças. Já os velórios deverão ser feitos apenas com caixão lacrado e sem a presença de idosos e crianças. A administração municipal ainda recomenda que durante esta primeira semana da volta dos comércios, o funcionamento seja das 9h às 16h30min.
O transporte público também poderá ser usado pelos funcionários dos estabelecimentos, entretanto, os carros deverão atender prioritariamente os prestadores de serviços essenciais, ficando disponível também, de acordo com o decreto, “aos trabalhadores de empresas que tenham recebido autorização para o funcionamento, podendo ser observado e ajustado com o horário de entrada e saída dos trabalhadores, de maior fluxo, conforme cada segmento, visando evitar aglomerações em pontos de embarque e nos terminais de transbordo. Os veículos deverão circular com todas as janelas abertas. A higienização dos veículos deverá ser realizada com produtos sanitizantes ao término da operação diária”.
O uso do transporte público por pessoas que não estejam indo ou voltando do trabalho continua vetado, assim como o uso das gratuidades.
Para fiscalizar o cumprimento dessas manifestações, a prefeitura colocará nas ruas quase 500 fiscais, divididos entre agentes da vigilância sanitária (130), Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Gestão Urbana (Semadur – 120), guardas municipais (150) e da Agência Municipal de Transporte e Trânsito (Agetran).
Para o presidente da Câmara dos Dirigente Logistas de Campo Grande (CDL), essa reabertura era muito esperada pelo setor. “Estávamos muito preocupados, principalmente com o microempresário, que não está contemplado em nenhuma medida de ajuda anunciada pelo governo federal. Todos gostariam de estar em casa, mas eles não tem apoio para isso”.
Na Capital, são 43.923 microempresas, 2.171 pequenas, 243 médias e 346 grandes, de acordo com dados da CDL.
Mesmo com a permissão para reabrir a partir de hoje, o empresário Willian Viana Duarte, 26 anos, ainda está receoso. “Não sabemos ainda se vamos ou não abrir para o público. Não temos certeza se compensa o risco da doença. Estamos com o serviço de delivery e a loja está tomando dos os cuidados, mas vamos ter contato com muita gente e isso é nos coloca em risco também”, declarou. A loja especializada em chocolate foi aberta há uma semana apenas com o sistema de entrega, que deve permanecer mesmo com a retomada do comércio.