Uma operação da Polícia Civil, na Zona Norte, do Rio de Janeiro contra o tráfico de drogas no Jacarezinho, deixou 25 mortos e provocou um intenso tiroteio no começo dessa manhã.
O policial civil André Farias foi baleado na cabeça e morreu. A corporação afirma ainda que 24 suspeitos foram mortos, mas não esclareceu quem são as vítimas e a situação em que foram atingidas.
Dois passageiros do metrô foram baleados dentro de um vagão da linha 2, na altura da estação Triagem, e sobreviveram.
Um morador foi atingido no pé, dentro de casa e passa bem. Dois policiais civis também se feriram.
Vídeos registraram o som de rajadas e explosões de bombas em diferentes pontos da favela.
Moradores contaram que não conseguiam sair de casa, como uma noiva de casamento marcado e uma grávida com cesariana agendada.
Devido ao confronto, a Clínica da Família Anthidio Dias da Silveira e outros dois postos de vacinação contra a Covid precisaram ser fechados.
Segundo a plataforma digital Fogo Cruzado, que registra dados de violência armada desde julho de 2016, é o maior número de mortes durante uma operação da polícia em uma comunidade desde o início dos levantamentos.
Desde junho do ano passado, o Supremo Tribunal Federal (STF) suspendeu operações em favelas durante a pandemia. A decisão permite ações apenas em "hipóteses absolutamente excepcionais".
Para isso, os agentes precisam comunicar ao Ministério Público sobre o motivo da operação.
Um advogado da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) acompanha o caso.
A Operação Exceptis investiga o aliciamento de crianças e adolescentes para ações criminosas, como assassinatos, roubos e até sequestros de trens da Supervia.
A polícia afirma que o tráfico da região adota táticas de guerrilha, com armas pesadas e “soldados fardados”.