
A variante delta do coronavírus é um dos principais motivos do agravamento recente da pandemia em países onde a vacinação está avançando bastante.
A OMS acredita que a variante, que é muito mais transmissível que as outras mutações da covid-19 já identificadas, têm potencial para se tornar a dominante no mundo nos próximos meses.
No Brasil, a variante foi identificada há cerca de um mês e já provocou pelo menos duas mortes (de viajantes que chegaram no Maranhão e no Paraná).
Na segunda-feira (5), a cidade de São Paulo registrou o primeiro caso da variante delta, em um homem de 45 anos.
A delta gerou uma segunda onda mortal de infecções na Índia neste ano e também se tornou a variante dominante no Reino Unido, onde 90% dos casos atuais são desta nova cepa.
Foi identificada em mais de 90 países ao redor do mundo, com surtos confirmados nos Estados Unidos, China, África e Ásia.
Acredita-se que assim como houve mutações do coronavírus, dando surgimento a variantes como a delta, também houve uma evolução nos sintomas da covid provocadas por essas novas cepas.
O professor Tim Spector, que dirige o estudo Zoe Covid Symptom, no Reino Unido, diz que o sintoma mais comum da variante delta são as dores de cabeça. Em seguida dor de garganta, coriza (nariz escorrendo) e febre.
Com a delta, não há tantas ocorrências de tosse ou de perda de paladar e olfato.
Uma das preocupações das autoridades de saúde é que os novos sintomas da variante delta são muito semelhantes ao de um resfriado comum. Por conta disso, muitas pessoas sequer percebem que estão com covid da variante delta e acreditam estar meramente resfriadas, sem tomar medidas preventivas para impedir o contágio de outras.
"As pessoas podem pensar que acabaram de pegar algum tipo de resfriado sazonal e ainda irem a festas. Elas podem espalhar o vírus para outras seis pessoas. Achamos que isso está alimentando grande parte do problema", afirma Spector.
Muitos dos sites das autoridades públicas de saúde ainda não foram atualizados para os novos sintomas da variante delta.
As autoridades dizem que pessoas com duas doses de vacinas contra o coronavírus têm menos chances de serem hospitalizadas com a variante delta.
Um dos indícios apontados pelo governo do Reino Unido é que houve mais hospitalizações de jovens adultos por variante delta, justamente a parcela da população que menos recebeu a segunda dose da vacina.