As investigações sobre a morte de Pamela de Oliveira da Silva, de 27 anos, ganharam um novo capítulo no último mês. Damião Souza Rocha, de 30 anos, agora é réu por ter ateado fogo na esposa na frente dos filhos em julho do ano passado. O crime aconteceu em Rochedo (MS) – cidade a 67 quilômetros de Campo Grande.
O caso ganhou repercussão em agosto do ano passado, quando Pamela morreu. Ela ficou internada na Santa Casa de Campo Grande por um mês, mas não resistiu às queimaduras que cobriam mais de 90% do seu corpo.
Começou então uma batalha pela verdade. De um lado, Damião afirmava que a esposa tinha tentado tirar a própria vida depois de uma discussão. Por mais de uma vez, ele contou a versão de que queria se separar, mas Pamela não aceitou e por isso jogou combustível no corpo, esperou ele chegar perto e riscou quatro fósforos.
Para a família, essa nunca foi uma opção. Por onze anos Damião e Pamela viveram juntos. Tiveram dois filhos – na época do crime com 10 e 7 anos – mas a rotina em família era de violência: física e psicológica.
Depois de ouvir todas as testemunhas possíveis, o Ministério Público Estadual enviou à justiça uma denúncia em que apontava Damião como autor de feminicídio. A história narrada ali, é bem diferente da contada pelo autor.
Era Pamela quem queria se separar. Damião não aceitava. No dia do crime, 21 de julho, eles brigaram e a mulher chegou a sair de perto do então companheiro, mas ficou em casa, junto com os dois filhos. Pouco depois, o homem se aproximou da família com um galão de combustível nas mãos e fez apenas uma pergunta: aqui ou no quarto?
A mulher foi obrigada a ir para o quarto da casa e lá, foi coberta de gasolina e incendiada.
Pamela chegou a ir para o quarto, mas piorou e não resistiu. — Foto: Arquivo pessoal