A indústria de carnes no Brasil recorreu ao Ministério da Agricultura pedindo apoio ao seu pedido de isenção da tarifa de importação de milho, em um momento de alta nos preços do cereal.
As empresas reivindicaram ainda a criação de mecanismos, como registros de exportação, que deem mais previsibilidade ao mercado.
Segundo o presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ricardo Santin, essas medidas poderiam ajudar o setor caso haja algum problema com a segunda safra de milho do Brasil que, segundo analistas, teve boa parte da área plantada em uma janela climática de alto risco.
O temor é que os custos com o insumo mais utilizado na produção da ração, já considerados altos, aumentem ainda mais, caso haja uma frustração de safra, disse Santin.
A entidade encaminhou um ofício ao ministério na última semana pedindo uma nova suspensão da Tarifa Externa Comum (TEC) de 8% para importação de milho vindo por países de fora do Mercosul, aos moldes da isenção temporária liberada pelo governo no fim do ano passado, que encerrou em 31 de março de 2021.
"Acabamos não precisando muito desse benefício no ano passado... mas agora, se der problema de safra, temos que estar preparados para comprar lá fora e preventivamente estamos pedindo isso", afirmou o líder da entidade que representa os frigoríficos de aves e suínos, principais consumidores do grão.
Segundo ele, quem autoriza este tipo de suspensão de taxas é a Câmara de Comércio Exterior (Camex), mas antes que a associação faça uma solicitação oficial à Camex, ela precisa ter o apoio do Ministério da Agricultura, integrante do comitê.
Uma medida solicitada à pasta foi à isenção de outros tributos para a importação de milho.
"Pedimos também a suspensão do adicional do frete da marinha mercante aplicado aos embarques", disse ele.
A associação ainda quer que o governo crie um cadastro oficial de contratações de exportação para milho e soja, registro semelhante ao que é feito nos Estados Unidos.
"Isso ajudaria a deixar o mercado mais transparente", disse Santin.