Em Mato Grosso do Sul, 473 pessoas morreram em casa desde que o primeiro caso de Covid-19 foi identificado no país (26 de fevereiro), até o último dia 26 de abril. No ano passado, no mesmo período, o número de óbitos em residências foi de 363. O número atual, portanto, representa aumento de 110 casos, cerca de 30,3%.
O número de óbitos também coloca MS em 4ª posição nacional em relação ao índice de crescimento, ficando atrás apenas do RJ (34,8%), RR (53,8%) e AM (94,7%). Em Campo Grande, o crescimento no mesmo período foi de 39,8% (103 em 2019 e 144 em 2020).
Os números são do Portal da Transparência do Registro Civil, mantido pela Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-Brasil), organizados na edição desta quinta-feira (7) do jornal O Estado de S.Paulo.
No Brasil, os registros apontam mortes domiciliares de 8.521 pessoas, contra 6.469 no mesmo período em 2019. O índice de aumento é de 31,7%. Tudo pode ser uma mera e nefasta coincidência. Mas, há várias possibilidade para justificar o aumento.
É possível que o crescimento das mortes sejam algum reflexo da subnotificação admitida no início da quarentena, em todo o país.
Especialistas ouvidos pela reportagem do Estado apontam que parte das mortes podem estar relacionadas à negligência com a própria saúde, já que em tempos normais, o deslocamento até um pronto-socorro ocorreria com mais facilidade, enquanto atualmente, em meio à pandemia, pacientes temem exposição ao novo coronavírus.
Outra possibilidade é a sobrecarga do sistema de saúde – o que, no entanto, ainda não é percebido em Mato Grosso do Sul, apesar do pior nível de isolamento domiciliar do país.