A alta de 12% determinada pela Petrobras no preço médio da gasolina cobrado das distribuidoras nas refinarias, a partir desta quinta-feira (7) deve representar aumento em até R$ 0,10 no custo do combustível em Mato Grosso do Sul. Com isso, a média de preço, hoje de R$ 3,90 em Campo Grande, poderá subir para R$ 4 em média. No Estado, cujo valor mediano é deR$ 4,11, o litro da gasolina deverá sair a R$ 4,22 em média.
Esta foi a primeira alta do combustível desde 20 de fevereiro, reduzindo a defasagem na comparação com o produto importado após ganhos no mercado de petróleo, informou a estatal. De acordo com dados da ANP (Agência Nacional do Petróleo ), os preços da gasolina variam de R$ 3,79 a R$ 4,95 no Estado.
“O reflexo desse aumento de 12% impactará nas bombas em torno de 0,10 (centavos). Mas por enquanto não observamos nenhuma mudança até porque o posto e último elo dessa cadeia”, explicou o diretor executivo do Sinpetro (Sindicatos dos Postos de Combustíveis de MS), Edson Lazarotto. De acordo com ele, assim que as distribuidoras repassarem seus novos preços, cada empresário analisará o mercado e adotará seu preço "dentro de suas planilhas de custo".
Queda de preço Ainda assim, a gasolina da petroleira estatal —responsável por quase 100% da capacidade de refino do país— acumula queda de 46,5% neste ano, impactada por uma diminuição dos preços do petróleo e de seus derivados diante da propagação do novo coronavírus, que reduziu a demanda global.
O reajuste da Petrobras, no entanto, ocorre após recuperação recente dos preços do barril do petróleo, à medida que alguns países da Europa e da Ásia, assim como diversos Estados norte-americanos, começaram a flexibilizar medidas de isolamento tomadas em função da pandemia.
A Petrobras manteve o valor de venda do diesel, o combustível mais consumido no país. No caso desse produto, a queda acumulada nas refinarias no ano é de 44%.
Competitividade - O avanço do preço da gasolina ocorre após o setor sucroenergético ter pedido ao governo federal um aumento da Cide no combustível fóssil, como forma de ajuda ao segmento em meio aos impactos do coronavírus na economia do país e no preço do combustível.
A demanda desse setor, no entanto, encontra forte resistência de outros segmentos do mercado, como da própria Petrobras, dos revendedores e dos importadores de combustíveis.
Entenda - A política de preços da Petrobras busca seguir valores de paridade de importação, que leva em conta preços no mercado internacional mais os custos de importadores, como transporte e taxas portuárias, com impacto também do câmbio. No entanto, a empresa tem evitado repassar volatilidade ao mercado interno.
O repasse de ajustes em valores da gasolina cobrados nas refinarias aos consumidores finais, nos postos, não é imediato e depende de uma série de questões, como margem da distribuição e revenda, impostos e adição obrigatória de etanol anidro.