Na manhã desta sexta-feira (7) a senadora Tereza Cristina usou suas redes sociais para comemorar a aprovação do texto-base da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº 45, conhecida popularmente como reforma tributária na Câmara dos Deputados.
Na publicação, a senadora escreveu que a aprovação da reforma foi o primeiro passo rumo a um sistema tributário mais eficiente e justo, mas que ainda há muito chão pela frente. “Agora, no Senado Federal, que é a casa revisora, vamos analisar com calma e aprimorar o texto da Câmara”, afirmou.
“O agro, que é setor essencial para a segurança alimentar, foi atendido inicialmente. Como oposição responsável, sempre estarei disposta a votar questões de Estado, que melhorem a vida dos brasileiros. Uma reforma que é iniciativa do Congresso Nacional. #reformatributária”, finalizou Tereza.
Nos comentários, seguidores questionaram a posição da senadora tendo em vista que o ex-presidente Jair Bolsonaro sempre se mostrou contrário e articulou para que seu partido, o PL, votasse integralmente contra o texto. No entanto, 20 dos 99 deputados da sigla votaram a favor da reforma no primeiro turno.
A oposição do ex-presidente gerou desentendimento até com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas. O ex-ministro vinha sendo um dos líderes de grupo de governadores que combatia a cobrança centralizada do novo imposto que vai substituir o ICMS estadual e o ISS municipal, sob o argumento de perda de autonomia.
Na última quarta-feira (5), o governador mudou o posicionamento, passou a admitir a cobrança centralizada e acabou virou alvo de publicações irônicas de bolsonaristas. Ao lado de Fernando Haddad, ministro da Fazenda, com quem havia feito reunião, Tarcísio disse concordar "com 95% da reforma tributária".
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho de Bolsonaro, e outros apoiadores do ex-presidente publicaram mensagens ironizando o recuo do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) em relação à PEC (Proposta de Emenda à Constituição) da reforma tributária
Nas redes sociais, Eduardo Bolsonaro escreveu: "não sou 95%, sou 100% contra a reforma tributária do PT", e listou os problemas que vê na proposta.
Reforma tributária
O texto-base da reforma tributária foi aprovado na noite de ontem (6) na Câmara dos Deputados. A votação foi superior à esperada pela base do governo e foi conduzida pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).
A votação é considerada histórica, porque unifica cinco tributos sobre o consumo e dá o primeiro passo para sepultar o sistema criado na década de 1960, que alimenta conflitos judiciais e onera empresas e cidadãos no Brasil.
Foram 382 votos favoráveis, 118 votos contrários e três abstenções, em primeiro turno. O texto ainda será votado em segundo turno antes de seguir para o Senado Federal. A margem foi mais expressiva do que os 370 votos esperados pela base do governo.
A reforma tributária está em discussão no Congresso há mais de 30 anos. A primeira vez que se tentou unir os tributos sobre consumo em um Imposto sobre Valor Agregado (IVA) foi na elaboração da Constituição de 1988. Foi também a primeira de uma sucessão de tentativas fracassadas de mudança no sistema.