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Quarta, 15 de outubro de 2025

Mortes por consumo de metanol: vinhos e cervejas podem estar contaminados?

Casos recentes de intoxicação por metanol levantaram uma dúvida entre os consumidores

08 de out 2025 - 14h:58 Créditos: Redação
Crédito: Casos de intoxicação por metanol reacenderam o alerta sobre bebidas adulteradas e os cuidados com o consumo de destilados - (Foto: Reprodução)

Casos recentes de intoxicação por metanol levantaram uma dúvida entre os consumidores: será que bebidas como cerveja e vinho também podem conter o álcool tóxico?

De acordo com especialistas, a resposta é sim, mas sem motivo para preocupação. Durante o processo natural de fermentação, pequenas quantidades de metanol podem surgir tanto na cerveja quanto no vinho, porém em níveis muito baixos e inofensivos ao organismo.

O etanol, que é o álcool comum presente nessas bebidas, neutraliza o efeito do metanol, impedindo que ele cause danos. É por isso que, em bebidas fermentadas, o risco de intoxicação é praticamente inexistente.

No caso do vinho, o metanol se forma naturalmente pela fermentação da pectina das cascas das uvas. Mesmo assim, a quantidade é mínima e respeita os limites de segurança estabelecidos pelos órgãos reguladores.

Já em bebidas destiladas, como cachaça, gin, uísque e vodca, o perigo é maior. Isso ocorre porque, durante a destilação, há uma fase inicial chamada de “cabeça”, que concentra altas doses de metanol e deve ser descartada. Quando essa etapa é ignorada, especialmente em produções clandestinas ou falsificadas, o metanol permanece no produto e pode causar intoxicações graves.

Em alguns casos, o metanol é adicionado de forma ilegal para aumentar o teor alcoólico, o que torna a bebida altamente perigosa.

RESUMO DAS ANÁLISES:

  • Evite destilados: são os mais vulneráveis à adulteração com metanol.
  • Cerveja e vinho têm menor risco, mas não estão totalmente livres.
  • Cerveja em lata é mais protegida, por ser difícil de adulterar.
  • Verifique a procedência: cheque rótulo, registro e origem.
  • Padrões mais rígidos de produção e segurança estão presente nas grandes indústrias.
  • Casos raros já atingiram fermentados, como a contaminação de cervejas em 2020.
  • Consenso médico e oficial: nenhuma bebida é 100% segura neste momento.

Destilados em alerta

Luis Fernando Penna, gerente médico do Pronto Atendimento do Hospital Sírio-Libanês, ressalta que os destilados são os mais vulneráveis à adulteração com metanol. Já bebidas como cerveja, vinho e chope tendem a ser mais seguras, mas não estão livres de riscos.

Sintomas e o que fazer em caso de suspeita - Os sinais de intoxicação costumam surgir entre 12 e 24 horas após o consumo e incluem mal-estar intenso, visão turva e, em casos graves, cegueira temporária ou permanente.

Quem apresentar esses sintomas deve procurar atendimento médico imediato. O tratamento é realizado em ambiente hospitalar e pode incluir o uso de etanol como antídoto, administrado sob supervisão médica.


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