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Terça, 14 de outubro de 2025

Perícia aponta que metanol foi adicionado às bebidas, não surgiu na destilação; entenda

Perícia aponta adulteração proposital e confirma risco à saúde; número de mortos por intoxicação sobe para três em SP.

08 de out 2025 - 11h:56 Créditos: Metrópoles
Crédito: Análise em laboratório utilizada para encontrar indícios de adulteração nas garrafas - (Foto: SSP-SP/Divulgação)

O metanol encontrado em bebidas alcoólicas apreendidas em São Paulo foi adicionado, e não produzido naturalmente pelo processo de destilação, de acordo com o Instituto de Criminalística da Polícia Científica.

“Pode-se afirmar, até o momento, e de acordo com as concentrações encontradas, que o metanol foi adicionado [às bebidas]”, informou a Secretaria da Segurança Pública (SSP).

Segundo o último balanço divulgado pelo governo estadual, nessa terça-feira (7/10), o total de casos confirmados chegou a 18. Ao todo, são 176 notificações em todo o estado.

De acordo com a Secretaria Estadual da Saúde (SES), 10 mortes são investigadas por relação com a contaminação por metanol. Três já foram confirmadas, a última delas de Bruna Araújo, mulher de 30 anos que morreu no último dia 2 de outubro, em São Bernardo do Campo, no ABC.

Apesar do aumento do número de casos confirmados, o governo paulista descartou 38 novos casos após análises clínicas e epidemiológicas, e outros 35 passaram a ser investigados. O total de notificações descartadas é de 85.

Números de intoxicação por metanol em SP

  • 3 mortes confirmadas.
  • 7 mortes sob investigação (sem contar as confirmadas).
  • 18 casos confirmados por intoxicação por metanol em bebida adulterada.
  • 158 casos em investigação de intoxicação por metanol (sem contar confirmados).
  • 11 estabelecimentos interditados cautelarmente pelas Vigilâncias Sanitárias Estadual e Municipal. Na capital: Bela Vista, Itaim Bibi, Jardins, Mooca, M’Boi Mirim e Cidade Dutra.; na Grande SP: Osasco (2), São Bernardo do Campo (1) e Barueri (1).
  • 42 presos em operações contra a adulteração de bebida desde o início do ano, 21 deles nesta semana.

Tratamento de pacientes

Na sexta-feira (3/10), o governo paulista anunciou a compra e distribuição de 2 mil novas ampolas de álcool etílico, usado no tratamento de pacientes com intoxicação por metanol. A aquisição foi realizada pela Secretaria de Estado e destinada aos centros de referência estaduais.

Um novo protocolo promete agilizar a análise dos casos. Os testes em amostras de sangue e urina devem ser concluídos em até uma hora no Laboratório de Toxicologia Analítica Forense (LATOF) do Departamento de Química da Universidade de São Paulo de Ribeirão Preto (USP-RP).

Intoxicação por metanol

Altamente inflamável e tóxico à saúde humana, o metanol, também conhecido como álcool metílico, é incolor e inflamável, com cheiro semelhante ao da bebida alcoólica comum. Utilizado na formulação de tintas, combustíveis e adesivos, o composto também aparece, em pequenas quantidades, no processo de fermentação de frutas e vegetais.

Se consumido em grande quantidade, o composto químico pode causar cegueira e até ser letal. Por isso, segundo regulamentação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), o limite permitido de metanol em destilados, em geral, é de 20 miligramas a cada 100 mililitros. Isso equivale, aproximadamente, a algumas gotas.

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