A eleição do democrata Joe Biden para a Casa Branca deve provocar alterações nos rumos da política ambiental de Jair Bolsonaro, segundo fontes do governo. Aliados do presidente admitem que o Executivo readequará o discurso e não descartam até mesmo uma possível substituição do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles.
Há uma preocupação, por exemplo, de que empresas americanas que têm relações com o Brasil endureçam suas cláusulas em relação às políticas ambientais aqui implantadas. Em debate durante a campanha, Biden prometeu pressionar o Brasil para mudar sua atitude em relação à Amazônia, que enfrenta nível recorde de incêndios.
Integrantes do governo frisam que, por mais que existam divergências ideológicas, Bolsonaro está sendo aconselhado a não se indispor com o chefe de governo dos Estados Unidos, já que o Brasil tem muitas relações comerciais com o país.
A mudança no cenário exterior se soma a uma pressão que já vinha do Congresso nas diretrizes do governo para o meio ambiente. Tanto ambientalistas quanto ruralistas consideram que a transformação será inevitável.