O valor de revenda da soja no Brasil atingiu um recorde nunca antes visto. O preço médio da saca do produto no país chegou a R$ 180,12 nos primeiros dias de fevereiro, com uma variação semanal de 5%, em comparação com o mês de janeiro.
Os dados constam no relatório da consultoria Safras & Mercado e foram divulgados nesta terça-feira (8). O levantamento da consultoria especializada mostra que o custo médio do grão, em dezembro de 2021, era de R$ 161,67.
Segundo os especialistas, o aumento ‘expressivo’ no preço nas últimas semanas está relacionado às questões climáticas do Sul do Brasil. À CNN, meteorologistas afirmam que a região vive a maior seca em pelo menos 70 anos.
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“É uma combinação de fatores que há muito tempo não se via para que se causasse essa terrível seca, com quebras em lavouras de soja, por exemplo, começando a afetar agora a população urbana', afirmou o agrometeorologista Marco Antônio dos Santos.
Dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) corroboram o cenário. Segundo o boletim mais recente, o volume de chuvas nos estados do Sul do Brasil, em fevereiro, deve ser 62% menor que a média histórica da região para o período.
E a escassez hídrica, e a menor colheita do produto, já afeta os consumidores brasileiros. O especialista do Safras & Mercado, Luiz Fernando, explica que o farelo da soja é largamente utilizado como base proteica para a ração animal, dessa forma, tendo impacto direto no custo da carne vermelha, suína e das aves.
“O farelo de soja é a base proteica para toda a ração animal no Brasil. Portanto, o preço de toda carne de frango, suína, e de boi no país está interligado diretamente com o custo da soja. E o aumento do preço do insumo, por causa da menor produção nas últimas semanas, é repassado para o valor proteínas brasileiras e, finalmente sendo repassado para o consumidor final. Resumindo, a carne está muito cara também por causa da soja', disse Luiz Fernando.