Apesar da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), afirmar que o consumo recomendado de peixe deve ser de duas vezes por semana, pois sua ingestão é de extrema importância para suscitar, manter ou recuperar a saúde das pessoas, pesquisas científicas mostram que o consumo de peixe no Mato Grosso do Sul ainda está muito abaixo (3,98 kg/hab/ano) do recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) que é de 12 kg/hab/ano.
A cultura para o consumo da carne de peixe e seus derivados no estado preserva hábitos muito específicos de resistência devido à falta de costume, a preocupação por ainda não encontrar peixes de qualidade e a facilidade para inserir substitutos à dieta alimentar.
Um estudo conduzido pelo egresso do curso de Administração da UFGD Lincoln Pegorari Nunes, mostrou algumas características relacionadas ao consumo que formam o perfil do consumidor no Mato Grosso do Sul, veja algumas delas:
Frequência de consumo de peixe no MS:
Diariamente – 2%;
Semanalmente – 15%;
Mensalmente – 29%;
Várias vezes por mês – 10%;
Nem todo mês – 39%;
Nunca – 5%.
Aqui a pesquisa mostra que ainda é muito baixo o número de pessoas que colocaram o peixe em sua alimentação diária, além disso, ainda é alto o número de pessoas que consomem apenas uma vez por mês ou nem todo o mês. Esses dados reforçam o que já foi afirmado pela FAO, ou seja, é necessário aumentar ou até mesmo incluir essa proteína em nosso hábito alimentar para se ter uma vida saudável.
O pesquisador observou ainda que a intenção em consumir peixe ou não é influenciada de forma significativa pela pressão social, tais como a expectativa da família e outros indivíduos por ele(a) considerados “importantes”, como por exemplo os amigos. Isso quer dizer que as pessoas em sua grande maioria tem o hábito de consultar a opinião de outras pessoas quando pretendem tomar suas decisões, principalmente em se tratando de assuntos que as informações são escassas.
Outros fatores encontrados no estudo que limitam o aumento do consumo estão relacionados ao sabor (gosto de barro), qualidade, disponibilidade e procedência da carne e seus derivados. Devido a estes resultados, os produtores, as indústrias processadoras, bem como os supermercados e peixarias, deveriam promover campanhas pontuais para cada problema afim de aumentar o nível de conhecimento sobre a compra e preparo dos peixes.
De fato hoje em dia os consumidores estão buscando cada vez mais por praticidade e otimização do tempo, por isso, é grande a necessidade de maiores informações em como preparar um delicioso prato que leva na receita a carne dos peixes produzidos aqui no Estado. Eu mesmo conheço pouquíssimas receitas, e você?
Fontes:
NUNES, L. P.; DUTRA, F.M. Consumo de peixes: uma aplicação da teoria do comportamento planejado. RBADM, Jan a Mar 2020 - v.11 - n.1.
Para ler o artigo completo acesse:
http://sustenere.co/index.php/rbadm/article/view/CBPC2179-684X.2020.001.0014/1890
Dourados, 10/03/2020
Fábio Mascarenhas Dutra
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