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Domingo, 22 de dezembro de 2024

Bolsonaro, o comando da Marinha e Lira no Palácio do Planalto.

Estes cortaram a Esplanada dos Ministérios, contornaram a Praça dos Três Poderes, rumaram para o Supremo Tribunal Federal e, finalmente, chegaram ao Palácio do Planalto.

10 de ago 2021 - 15h:39 Créditos: DAIANE SCHUINDT
Crédito: Imagens do Google

O presidente da República, Jair Bolsonaro, o comando da Marinha e o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, em  Brasília na manhã da terça-feira 10, cortaram a Esplanada dos Ministérios, contornaram a Praça dos Três Poderes, rumaram para o Supremo Tribunal Federal e, finalmente, chegaram ao Palácio do Planalto.

A justificativa: entregar ao presidente o convite para a comemoração, dia 16 de agosto, da Operação Formosa, que ocorre todos os anos – o povo brasileiro gosta tanto dessa festa que nem dorme na véspera! A justificativa foi mentirosa. Também na terça-feira, o plenário da Câmara agendara a votação do voto impresso com o qual Bolsonaro, sabendo-se derrotado, tenta golpear as eleições. Foi clara tentativa de intimidar os Poderes da República. Execrável. Cabível em um presidente que elogia torturadores do passado, dos tempos da ditadura militar, a exemplo de Carlos Brilhante Ustra.

Infelizmente, o camando da Marinha tenha se prestado a tal ato. Poderia muito bem ter adiado o seu desfile intimidatório. Haverá nisso uma nostalgia da lama da ditadura? Somente o comandante da Marinha poderá responder a essa questão.

Quanto a Lira, embora não tenha atendido o convite de Bolsonaro para postar-se na rampa do Palácio do Planalto e assistir a entrega do convite para a festa, deveria ele ter encerrado a questão do voto impresso quando, há poucos dias, a comissão especial da Câmara o sepultou. Mas Lira, sob o argumento falso de que seria melhor uma definição do plenário para pacificar a questão, jogou o assunto para toda a Casa. Ele e Bolsonaro acham que os brasileiros são tolos e taboquedados.

Na rampa do palácio, na verdade, estiveram presentes autoridades que nem podem ser chamadas de autoridades. Pois é: Bolsonaro e o comando, que poderia não ter levado a Arma ao desfile e tê-lo adiado, ainda que o presidente seja o comandante-em-chefe das Forças Armadas, jogaram a Marinha no mais total desprestígio. Foi um fiasco. Desfilezinho, paradinha militar, para quem gosta de brincar de barquinho na banheira. Grotesco.

A leitora e o leitor podem estranhar que nada se falou sobre o ministro da Defesa, Braga Netto. Motivo: nem vale a pena gastar ponta de dedo digitando algo sobre ele. Está bem, dediquemos também a sua gestão uma palavra. Ei-la: grotesca.

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