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Terça, 04 de novembro de 2025

Entenda a investigação sobre suposto ‘QG da Propina’ na Prefeitura do Rio

Força-tarefa do Ministério Público e da Polícia Civil investiga suposto esquema de corrupção na administração municipal. Ao todo, foram expedidos 22 mandados de busca e apreensão; Crivella é um dos alvos. Não há mandados de prisão.

10 de set 2020 - 11h:06 Créditos: G1
Crédito: Foto: Reprodução/TV Globo

A operação do Ministério Público do RJ e da Polícia Civil apura esquema de corrupção no dentro da Prefeitura do Rio, nesta quinta-feira (10), expediu 22 mandados de apreensão – um deles contra o prefeito Marcelo Crivella, que teve o celular apreendido.

A ação é um desdobramento da Operação Hades, deflagrada em março deste ano, na qual Marcelo Alves, ex-presidente da Riotur, o irmão dele, Rafael Alves, apontado como um dos homens de confiança do prefeito; e Lemuel Gonçalves, ex-assessor de Crivella, foram os principais alvos.

As investigações, iniciadas no ano passado, partiram da colaboração premiada do doleiro Sérgio Mizrahy, preso pela Operação Câmbio, Desligo.

São alvos na ação:


  • Marcelo Crivella, prefeito do Rio -- que teve o celular apreendido
  • Mauro Macedo, ex-tesoureiro de Crivella
  • Rafael Alves, empresário e irmão do ex-presidente da Riotur Marcelo Alves, ele é apontado como operador do esquema de pagamento de propina
  • Eduardo Benedito Lopes, que foi secretário estadual de Agricultura e suplente de Crivella no Senado Federal

Por motivo de sigilo, ainda não há informações sobre os valores desviados.

Diligências foram cumpridas em endereços residenciais e funcionais, entre eles, a Prefeitura do Rio, a casa do prefeito, Marcelo Crivella (Republicanos), e o Palácio da Cidade, onde o prefeito despacha.

O 'QG da Propina'

Em 10 de março, a Polícia Civil e o MPRJ cumpriram 17 mandados de busca e apreensão. Agentes estiveram na Cidade das Artes, na Barra da Tijuca, e em endereços de Marcelo Alves, então presidente da Riotur, do irmão dele, Rafael Alves, e Lemuel Gonçalves, ex-assessor de Crivella.

Um inquérito foi aberto no início de dezembro pelo MPRJ, com base na delação do doleiro Sérgio Mizrahy. Ele foi preso na Operação Câmbio Desligo, um desdobramento da Lava Jato no Rio.

No depoimento, Mizrahy chama um escritório da prefeitura de “QG da Propina”. O doleiro não soube dizer se o prefeito Marcelo Crivella sabia da existência da estrutura.

Segundo a delação, o operador do esquema era Rafael Alves. Rafael não possui cargo na prefeitura, mas tornou-se um dos homens de confiança de Crivella por ajudá-lo a viabilizar a doação de recursos na campanha de 2016.

Depois da eleição, o empresário emplacou o irmão na Riotur e, segundo o doleiro, montou um “QG da Propina”.

Mizrahy afirma que empresas que tinham interesse em fechar contratos ou tinham dinheiro para receber do município procuravam Rafael, com quem deixavam cheques. Em troca, ele intermediaria o fechamento de contratos ou o pagamento de valores que o poder municipal devia a elas.

Marcelo Alves foi exonerado da Riotur dias depois da operação, em 25 de março.



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