Quando o assunto é aquecimento global, muitos já têm a coragem de dizer que é apenas história para boi dormir. Somos reféns de mudanças climáticas que acontecem o tempo todo, e mesmo assim, muitos se negam a acreditar nisso. Seja em escala global ou regional, o fato é que essas mudanças realmente acontecem, e a longo prazo, podem representar graves consequências para a humanidade.
Desde grandes icebergs, que se desprenderam da Antártida, até mesmo uma possível extinção de formas de vida em nosso planeta. As mudanças climáticas são reais e afetam todos os ambientes. Seja ar, água ou a terra.
Uma das consequências dessas mudanças climáticas pôde ser vista pela tripulação que estava à bordo de um navio de pesquisa do governo irlandês. Eles viram uma barbatana dorsal, que pertencia a um tubarão-martelo. Segundo o jornal The Times, esse foi o primeiro avistamento de um tubarão-martelo em águas irlandesas.
Esses tubarões-martelo são predadores e podem chegar a medir cinco metros. O seu formato de martelo dá a ele uma visão binocular melhorada. E isso faz com que ele consiga rastrear melhor as suas presas em um movimento rápido. Além de também poder ser usado para prender sua presa no chão.
Tubarões
Geralmente, os tubarões-martelo preferem as águas mais quentes dos trópicos, mas também são conhecidos por se aventurarem no norte, além de irem até a Grã-Bretanha. O mais recente recorde foi confirmado com um que desembarcou em Portreath, Cornwall, em 2004.
Segundo os especialistas, esse último avistamento no Mar Céltico, que fica no sudoeste da Irlanda, pode ser um sinal do aumento das temperaturas oceânicas. E eles ainda dizem que se pode esperar mais avistamentos de tubarões semelhantes no futuro.
"Poderia ser um tubarão-martelo muito perdido, mas o mais provável é porque nossos oceanos estão ficando mais quentes", disse Simon Boxall, membro do National Oceanography Centre, do Reino Unido.
Como dito por ele, as temperaturas dos oceanos aumentaram muito nas últimas décadas. E isso encorajou várias espécies, que eram consideradas mais exóticas, a nadar mais para o norte em busca de comida.
"Não há razão para que mais espécies de tubarões como os tubarões-martelo e grandes brancos não possam existir em nossas águas", ressalta.
Aquecimento
O aquecimento dos oceanos é uma coisa que as pessoas não podem refutar. Segundo dados da Agência de Proteção Ambiental (EPA), que foram publicados em 2016, a temperatura global do mar subiu em média 0,07º C a cada década. E em um relatório, que foi publicado pelo Escritório do Governo do Reino Unido para a Ciência, se prevê que as temperaturas subirão de 1,2 a 3,2º C até 2100.
Claramente, isso afeta a vida marinha. Vários tubarões são vistos dentro e em torno da queda da Grande Barreira de Corais e vendo alguns declínios mais dramáticos, entre 74 e 92%, ao longo da costa desde os anos 1950.
E as regiões, que eram tradicionalmente mais frias, como a Irlanda e o Reino Unido, estão atraindo mais visitantes. Atualmente, cerca de 40 espécies existem perto da costa do Reino Unido. E um estudo, de 2018, prevê que 10 espécies de tubarão migrarão para essa área até 2050.