![](assets/uploads/blog/2022-01-11/d30abc2ea661df64b50502d9a762fa80.jpg)
O IVAR (Índice de Variação de Aluguéis Residenciais) desacelerou e subiu 0,66% em dezembro de 2021. Com este resultado, o índice acumulou variação negativa de 0,61% em 12 meses, segundo dados do estudo inédito divulgados nesta terça-feira (11) pela FGV (Fundação Getulio Vargas).
Paulo Picchetti, pesquisador do Ibre (Instituto Brasileiro de Economia) e responsável pela metodologia do IVAR, afirma que os efeitos da pandemia no mercado de trabalho ajudam a explicar um recuo do novo indicador em comparação com os outros já disponíveis no mercado.
"O desemprego elevado sustentou negociações entre inquilinos e proprietários que resultaram, em sua maioria, em queda ou manutenção dos valores dos aluguéis, contribuindo para o recuo da taxa anual do índice", avalia Picchetti.
Entre novembro e dezembro, a taxa de variação mensal do IVAR desacelerou em duas das cidades de maior peso, São Paulo (de 0,78% para 0,48%) e Rio de Janeiro (de 1,46% para 1,03%). Enquanto em Belo Horizonte (de 1% para 1,17%) e Porto Alegre (de 0,27% para 0,43%), houve alta das taxas de variação.
Na avaliação anual, todas as cidades componentes do IVAR apresentaram desaceleração, mas apenas São Paulo retrocedeu mais que o índice médio, registrando queda de 1,83% em dezembro. Em Porto Alegre, houve queda de 0,35%. A maior variação interanual ficou com Belo Horizonte, com alta de 1,46%, seguida por Rio de Janeiro, com elevação de 0,46%.
Diferentemente do IGP-M (Índice Geral de Preços – Mercado), utilizado no reajuste da maior parte dos contratos vigente no Brasil, o novo indicador é calculado com base em dados coletados de contratos assinados por inquilinos e locatários de quatro capitais (Rio de Janeiro, São Paulo, Porto Alegre e Belo Horizonte), obtidos junto a empresas administradoras de imóveis.
“O objetivo é medir a evolução dos preços e preencher uma lacuna nas estatísticas nacionais nesse nicho. O índice utiliza valores negociados dos aluguéis em vez de dados de anúncios como base de cálculo. Fazem parte dados como os valores dos contratos novos e dos reajustes de contratos existentes, além das características de cada imóvel”, destaca a FGV.
Na avaliação dos pesquisadores, a metodologia adotada permite a “mensuração robusta da variação média dos aluguéis ao longo do tempo” e reflete melhor o cenário de oferta e demanda do mercado de locação de imóveis residenciais.