
A Câmara dos Deputados do México aprovou na quarta-feira (10), o texto que regulamenta o consumo, cultivo e comércio de maconha para fins recreativos em todo o território, que deverá ser ratificada pelo Senado até dia de 30 de abril.
Com 316 votos a favor, 129 contra e 23 abstenções, os deputados mexicanos deram mais um passo para transformar o país no terceiro das Américas a legalizar a droga, ao lado de Uruguai e Canadá.
Até 2012 o governo mexicano era contra a legalização da droga e logo depois as autoridades começaram a mudar de ideia.
Os Estados do Colorado e de Washington, nos Etados Unidos, legalizaram o consumo de maconha, aumentando a pressão para que Peña Nieto mudasse de direção.
“Precisamos abrir um novo debate sobre a legalização”, disse o presidente.
Quando Peña Nieto passou a faixa presidencial para o esquerdista Andrés Manuel López Obrador, em 2018, a legalização começou a ser apenas uma questão de tempo.
Na ocasião, o partido Movimento Regeneração Nacional (Morena), de Obrador, obteve maioria nas duas Casas do Congresso, facilitando a aprovação de leis defendidas pela esquerda.
A proposta autoriza ainda o porte lícito de até 28 gramas por pessoa, além do cultivo caseiro de no máximo oito plantas.
Os menores de 18 anos não podem ter acesso à cannabis e proíbe o consumo em áreas de trabalho ou escritórios.
Entre as modificações dos deputados, está à rejeição em criar um instituto regulador do mercado, como propôs o Senado.
Com a aprovação do texto, o México, de 126 milhões de habitantes, está a um passo de se tornar o maior mercado de maconha do mundo.
“Teoricamente, sim, criará o maior mercado legal do mundo pela capacidade de produção que o México tem, porque a maconha cresce em condições naturais sem os investimentos energéticos que fazem, por exemplo, no Canadá”, afirma Lisa Sánchez, diretora da ONG México Unido Contra a Delinquência.