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Sábado, 22 de novembro de 2025

Droga a base de metanfetamina já leva usuários a consultórios particulares

A Droga que causa mais prejuízos aos usuários, com potencial de adição maior e altas concentrações de metanfetamina.

11 de abr 2022 - 10h:20 Créditos: Jornal O Globo
Crédito: Jornal O Globo

O primeiro contato de X. com o crystal foi num quarto de hotel de Copacabana, na Zona Sul do Rio, durante um encontro casual marcado por um aplicativo de relacionamento. O jovem já havia consumido outras substâncias que circulam nas festas da noite carioca. Mas, pela primeira vez, estava diante da droga fumada numa espécie de cachimbo de vidro. O parceiro que ele acabara de conhecer ofereceu a “tina”, um dos nomes pelos quais o crystal é conhecido. As sensações de euforia daquela noite se repetiriam nas próximas vezes em que usaria os minúsculos cristais produzidos em laboratório. Até que o os efeitos dessa dependência se refletissem em seu cotidiano.

"Tenho virado noites e mais noites ‘colocado’ (sob efeitos da droga). Ao mesmo tempo em que me sinto quase um super-homem nessas horas, o rebote que vem depois é, por exemplo, o cansaço quando eu deveria estar trabalhando ou em atividades com meus amigos. Sexo sem o crystal passou a me parecer sem graça. Foi quando busquei ajuda na terapia", conta o jovem de 27 anos, que relatou seu drama, iniciado em 2020, sob a condição do anonimato.

Ele tenta agora reduzir os danos em sua vida causados pelo uso da metanfetamina — estimulante com moléculas parecidas com a do ecstasy e a do MD. Nos grandes centros urbanos brasileiros, como Rio, São Paulo e Salvador, é uma droga que se torna cada dia mais frequente entre grupos específicos da população, sobretudo, os de maior poder aquisitivo. Um grama da tina pode custar de R$ 400 a R$ 550. E, por aqui, seu uso costuma estar associado a experiências simulares à vivenciada por X.: é uma das drogas do chamado chemsex, o sexo com o uso de substâncias químicas.

Baseado nos relatos que começaram a chegar a seu consultório nos últimos três a quatro anos, o psiquiatra Bruno Branquinho não hesita em dizer que, na sua opinião, é a droga que causa mais prejuízos aos usuários, com potencial de adição maior e altas concentrações de metanfetamina.

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