
A decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros a partir de 1º de agosto gerou um terremoto político e econômico no Brasil.
O anúncio, feito nesta quarta-feira (9), foi acompanhado de críticas diretas ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, acirrando tensões diplomáticas e ampliando o desgaste do Planalto no Congresso Nacional.
Na carta oficial enviada à Presidência da República, Trump acusou o governo brasileiro de promover "ataques à liberdade de expressão" e citou nominalmente o ex-presidente Jair Bolsonaro como alvo de perseguição política, gesto interpretado por parlamentares como uma clara sinalização de apoio à oposição brasileira.
As novas tarifas atingem em cheio setores estratégicos como a agropecuária especialmente carne, soja e suco de laranja , a indústria siderúrgica e a produção de petróleo.
Especialistas estimam perdas de até US$ 8 bilhões anuais nas exportações para o mercado norte-americano, com impacto direto sobre o PIB e possível aceleração da inflação.
A crise teve repercussão imediata em Brasília. Parlamentares da oposição, em especial do PL, Republicanos e Novo, intensificaram as discussões sobre a abertura de um processo de impeachment contra Lula.
A alegação é de omissão na condução da política externa, resultando em danos severos à economia nacional.
Mesmo líderes do Centrão, tradicionalmente mais moderados, passaram a cobrar do governo uma resposta concreta.
Embora ainda não tenha se manifestado publicamente, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), já teria determinado análise jurídica do caso, segundo aliados.
Fontes diplomáticas apontam que a postura recente do Itamaraty marcada por aproximações com os países do Brics e críticas indiretas à Casa Branca contribuiu para o endurecimento norte-americano.
A ausência de uma articulação preventiva com os EUA e a falta de canais de diálogo fluentes teriam agravado o cenário.
O governo tenta agora conter o avanço da crise. Técnicos dos ministérios das Relações Exteriores e da Economia buscam agendar reuniões emergenciais com autoridades norte-americanas para tentar reverter a medida.
No Congresso, contudo, cresce a percepção de que a gestão Lula falhou na diplomacia internacional e deixou a economia vulnerável.