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Domingo, 23 de novembro de 2025

Dia Nacional do Cerrado: bioma já perdeu 50% da vegetação original

pesquisadoras alertam para aumento do desmate e do fogo

11 de set 2021 - 11h:06 Créditos: DAIANE SCHUINDT
Crédito: Assessoria

Dia Nacional do Cerrado é celebrado neste sábado (11), mas, neste ano, não há motivo para festejar: o bioma tem visto, nas últimas semanas, recordes de incêndio e de desmatamento que, para especialistas ouvidas pelo G1, são preocupantes.

De 1º janeiro até 31 de agosto, o Cerrado viu a maior quantidade de pontos de fogo para esse período desde 2012, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Considerados apenas os números do mês, houve a maior quantidade de focos de incêndio desde 2014 – mesmo com uma proibição do uso do fogo no país em vigor.

O desmatamento também cresceu: no mês passado, o bioma teve a maior área sob alerta de desmatamento desde 2018, de acordo com o Inpe.

O crescimento do desmate no bioma tem a ver com a expansão da nova fronteira agrícola brasileira – na região chamada de "Matopiba", por abarcar parte dos estados de Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia.

Na avaliação de Bustamante, da UnB, o que ocorre no Cerrado é a repetição da degradação que houve na região sul do bioma – e que, hoje, avança para o norte, na região de fronteira entre os estados citada acima.

"Muitas vezes as pessoas abrem a área, utilizam de forma inadequada, a produtividade cai, você abre novas áreas e vai aumentando o desmatamento, deixando terras degradadas para trás", explica.

De 1970 até 2018, a perda de bioma no Cerrado foi de 50% – mais que o dobro da Amazônia, que perdeu 20%, segundo um levantamento feito pela ONG WWF.

A velocidade de expansão, a intensidade do uso do solo e a extensão das áreas ocupadas pela agricultura no bioma atualmente são preocupantes, afirma a cientista da UnB.

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