
Uma série de fatores explica o porquê dos alimentos terem ficado mais caros este ano e a maioria deles está ligado à pandemia da covid-19.
Dólar e exportações – Quando houve a disparada no preço do arroz, a explicação foi de que, com o dólar em alta, os produtores estavam preferindo vender para o mercado externo e receber na moeda americana, lucrando mais. Com menos oferta de alimentos no mercado doméstico, os preços aqui sobem. No caso do arroz, a situação foi agravada pela queda de 59% nas importações do produto entre março e julho deste ano.
Auxílio emergencial – A ajuda de R$ 600 (ou R$ 1,2 mil em caso de mães chefes de família) foi paga pelo governo aos cidadãos de baixa renda, que concentram suas compras em alimentos básicos. Também, as restrições de mobilidade impostas pela pandemia fizeram com que os brasileiros parassem de comer tanto fora e comprassem mais itens nos mercados para preparar as próprias refeições. Com maior demanda, o preço tende a subir.
Estoques da China – As incertezas da pandemia fizeram com que os países diminuíssem as importações e, com a retomada gradual, precisaram repor os estoques. O principal deles é a China, que comprou 50% mais carne bovina do Brasil. Novamente, com menos produtos no mercado interno, o preço sobe.
Combustível – A alta nos preços dos combustíveis encarecem a logística de distribuição de produtos pelo Brasil e contribuem com está alta. Em agosto, a gasolina foi o item de maior peso na inflação oficial, com o aumento de 3,22%.