Menu
Segunda, 09 de junho de 2025

Lula anuncia Ricardo Lewandowski como novo ministro da Justiça

Lewandowski ocupará a vaga deixada por Flávio Dino, indicado de Lula ao STF no lugar da ex-ministra Rosa Weber, que se aposentou da Corte.

12 de jan 2024 - 00h:44 Créditos: O Globo
Crédito: Divulgação

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou nesta quinta-feira que o ministro aposentado do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski assumirá a pasta da Justiça no lugar de Flávio Dino. A escolha foi oficializada após reunião no Palácio do Planalto com a presença de Dino e da primeira-dama, Rosângela Silva, a Janja. A posse será marcada para o dia 1º de fevereiro.

— Tenho do meu lado um companheiro que foi extraordinário ministro da Suprema Corte — disse Lula sobre Lewandowski. — Ganha o Ministério da Justiça, a Suprema Corte e o povo brasileiro com essa dupla que está do meu lado — completou, se referindo também a Dino, que assumirá uma cadeira na Corte a partir do dia 22 de fevereiro.

O presidente indicou que deixará a cargo do novo ministro montar sua equipe no Ministério da Justiça. O atual secretário-executivo, Ricardo Cappelli, afirmou ao GLOBO que não deve permanecer.

— Tenho o hábito cultural de não indicar ninguém para (cargos em) nenhum ministério. Quero que as pessoas montem o time que elas vão jogar. O meu time (de ministros) sou eu que escalo. Se eu perder, que me tirem. Se eu ganhar, que eu continue.


A fala de Lula é um recado para as alas de governo que tentaram emplacar seus ministros. O PSB fez apelo para Lula efetivar Ricardo Cappelli como ministro da Justiça, enquanto alas do PT defendiam o coordenador do Grupo Prerrogativa, Marco Aurélio de Carvalho.


Desde que a indicação de Dino para o Supremo, no fim do de novembro, Lewandowski passou a ser tido como favorito para o Ministério da Justiça. Ele teve um café da manhã com Lula na segunda-feira no Palácio da Alvorada. Na ocasião, o presidente fez o convite para que o ministro aposentado do Supremo integrasse o governo.

Os 17 anos de Ricardo Lewandowski no STF

Ricardo Lewandowski tomou posse em sessão solene realizada na tarde de 16 de março de 2006, no Plenário da Corte. Na foto, presidente do Supremo cumprimenta o ministro — Foto: Divulgação/STF

Lewandowski tomou posse na Corte em 2006, na vaga de Carlos Velloso. Antes, atuava como Desembargador do Tribunal de Justiça paulista, de 1997 até assumir no STF — Foto: Divulgação/STF


Em 2006, o novo ministro foi indicado pelo então presidente Lula em seu primeiro mandato. Lewandowski com a família no dia da posse, em 2006 — Foto: Divulgação/STF

Durante quase duas décadas na Corte, o ministroviveu episódios marcantes na carreira. Ao se aposentar do cargo, em abril de 2023, afirmou que a declaração que gerou a ação contra a cúpula do PT, em 2007, com condenação da maioria dos réus, foi o momento mais difícil da trajetória profissional

Ao anunciar o ex-integrante do STF como seu ministro, Lula disse que teve dúvidas se o aliado aceitaria o cargo e lembrou de como conheceu Lewandowski.

Os dois, porém, vinham conversando sobre o Ministério da Justiça desde o ano passado. Em novembro, logo após a indicação de Dino para o Supremo, Lewandowski fez parte da comitiva do governo na Cop-28 nos Emirados Árabes.

— Eu tinha dúvidas se Lewandowski não ia preferir dar um tempo à vida particular dele (após se aposentar do STF, em abril do ano passado). Conheci ele com 28 anos, trabalhando na prefeitura de São Bernardo (do Campo) — lembrou Lula. — Tive a honra de ser o presidente que indicou (ao STF) o nome dele para o Senado. Foi aprovado de forma extraordinária, com muitos elogios, de direita, de esuqerda, de centro. O mesmo aconteceu com Flávio Dino.

Lewandowski, de 75 anos, foi ministro do Supremo entre 2006 e 2023. Foi o próprio Lula que o nomeou para a Corte. Durante o seu período no STF, ele foi considerado o ministro mais leal ao líder petista.

Depois de deixar o Supremo, Lewandowski passou a atuar na iniciativa privada e exerceu, entre outras funções, o cargo de conselheiro da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Também não se afastou completamente da vida pública e desempenha o papel de integrante do Observatório da Democracia e compõe a Corte do Mercosul.

Deixe um comentário


Leia Também

Veja mais Notícias