A família de Moïse Kabagambe afirmou que irá processar o presidente da Fundação Cultural Palmares, Sérgio Camargo, após ele ter feito uma postagem nas redes sociais chamando Moïse de “vagabundo”.
A CNN apurou que o processo se dará nas esferas civil, criminal e administrativa. Uma reunião na próxima segunda-feira irá definir esses encaminhamentos.
Nesta sexta-feira (11), Camargo tuitou: “Moise andava e negociava com pessoas que não prestam. Em tese, foi um vagabundo morto por vagabundos mais fortes”.
O presidente da Fundação Palmares ainda diz que o “modo de vida” do congolês era “indigno” e que a cor de sua pele não teve relação com o assassinato.
“A cor da pele nada teve a ver com o brutal assassinato. Foram determinantes o modo de vida indigno e o contexto de selvageria no qual vivia e transitava”, escreveu.
A CNN procurou o Palácio do Planalto e o Ministério do Turismo, a qual a Fundação Palmares é vinculada, mas não obteve resposta.
Ainda nesta sexta, a família do congolês desistiu de assumir os quiosques onde Moïse foi morto, na Barra da Tijuca. Eles alegaram medo de represálias.
A concessão dos dois quiosques foi formalizada nesta segunda-feira (7) em uma cerimônia com a presença do prefeito Eduardo Paes.
Moïse foi morto após ser espancado em um quiosque na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio. Ele foi ao local cobrar por duas diárias após ter trabalhado no quiosque.
Entre os quatro homens identificados nas imagens de câmera de segurança, três tiveram a prisão preventiva decretada pela Justiça. A CNN teve acesso a todas as imagens do circuito interno do quiosque e decidiu exibir os trechos que mostram a emboscada a Moïse. As agressões não serão exibidas.
Mãe de Moïse Kabagambe, estudante congolês assassinato no Rio de Janeiro, chega para depoimento em delegacia acompanhada de representante de direitos humanos da OAB/RJ / Cleber Rodrigues/CNN