
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, tem previsto uma conversa por telefone com o presidente russo, Vladimir Putin, neste sábado (12), em meio a tensões e alertas de que a Rússia poderia atacar a Ucrânia com bombas e mísseis a qualquer momento.
As conversas ocorrerão no que os funcionários do governo americano descrevem como uma conjuntura crítica à crise atual. Um aumento significativo das forças terrestres e ativos militares russos ocorreu na fronteira com a Ucrânia. E Putin poderia decidir a qualquer momento ativar uma invasão mortal.
Segundo a Casa Branca, Putin ainda não decidiu se vai atacar. Porém, isso não impediu os funcionários norte-americanos de aumentar drasticamente as advertências de que os ataques são agora “uma clara possibilidade” e poderiam ocorrer rapidamente.
A conversa telefônica entre Biden e Putin – prevista para a manhã deste sábado (horário local), segundo o Kremlin – será a primeira desde o final de dezembro. Segundo os serviços de inteligência norte-americanos, o número de tropas russas aumentou próximo à Ucrânia desde a última conversa.
Putin também promoveu uma série de conversas com líderes ocidentais que até agora não produziram nenhum efeito para acalmar a situação. O Ministério de Assuntos Exteriores russo acusou na sexta-feira (11) os países ocidentais e os meios de comunicação de difundir uma “campanha de desinformação de grande escala”, que promoveria a tese de uma suposta invasão iminente da Ucrânia.
“Ao final de 2021 e inícios de 2022, o espaço informativo mundial promoveu uma campanha midiática sem precedentes em sua escala e sofisticação, cujo propósito é convencer a comunidade mundial de que a Federação Russa está preparando uma invasão do território da Ucrânia”, disse o ministério e um comunicado publicado em sua página na web, acusando as nações ocidentais e meios de comunicação de difundir desinformação “com fins de desviar a atenção de suas próprias ações agressivas”.
Fotos – A tensão nas fronteiras da Ucrânia

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Um soldado ucraniano caminha por uma trincheira em Svitlodarsk, na Ucrânia, no dia 11 de fevereiro
Crédito: Wolfgang Schwan/Anadolu Agency via Getty Images

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Duas militares ucranianas fazem uma pausa em um refeitório na trincheira em Pisky, Ucrânia
Crédito: Gaelle Girbes/Getty Images

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Voluntários paramilitares da Legião Nacional da Geórgia dão instruções a dois meninos (à dir.) sobre técnicas de tiro em Kiev, Ucrânia. A Legião Nacional da Geórgia viu um aumento nos pedidos de adesão e no número de participantes em seus cursos de treinamento no mês passado
Crédito: Chris McGrath/Getty Images

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As forças armadas russas e bielorrussas participam do exercício militar "Allied Determination 2022", na Bielorrússia, em 11 de fevereiro de 2022. A segunda fase dos exercícios está prevista para durar até 20 de fevereiro
Crédito: BELARUSÂ DEFENSE MINISTRY/Anadolu Agency via Getty Images

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Navio de desembarque da Marinha russa cruza o estreito de Bósforo a caminho do Mar Negro, no dia 9 de fevereiro, em Istambul, Turquia. O Ministério da Defesa da Rússia disse que seis grandes navios estão se movendo do Mediterrâneo para o Mar Negro, onde participarão dos exercícios já em andamento
Crédito: Burak Kara/Getty Images

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Sistemas de mísseis de defesa aérea S-400 Triumf durante os exercícios militares conjuntos "Allied Determination 2022" realizados por tropas bielorrussas e russas
Crédito: Russian Defence Ministry/TASS

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Soldados russos e bielorussos em exercícios militares na fronteira
Crédito: BELARUS DEFENSE MINISTRY/Anadolu Agency via Getty Images

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Imagens de satélite mostram militares no aeródromo de Oktyabrskoye e Novoozernoye, na Crimeia, no aeródromo de Zyabrovka perto de Gomel, em Belarus, e em área de treinamento de Kursk, no oeste da Rússia
Crédito: Maxar Technologies

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Soldados dos EUA chegam à base militar de Mihail Kogalniceanu, na Romênia, em 11 de fevereiro
Crédito: Alexandra Stanescu /Anadolu Agency via Getty Images

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Equipamento militar do Exército dos EUA, que está sendo transportado da Alemanha para a Romênia, é visto dentro de uma base militar, no dia 10 de fevereiro, na Romênia. O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, ordenou o envio de 3.000 soldados adicionais para reforçar os contingentes militares de países membros da OTAN
Crédito: Andreea Campeanu/Getty Images

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Veículos militares do Exército dos EUA circulam na área de treinamento militar de Grafenwoehr. O Exército dos EUA está transferindo cerca de 1.000 soldados, incluindo tanques e veículos militares, de sua base em Vilseck, no Alto Palatinado, para a Romênia
Crédito: Armin Weigel/picture alliance via Getty ImagesO assessor de segurança nacional dos Estados Unidos, Jake Sullivan, disse na sexta-feira que os dois presidentes conversariam por telefone, mas sem especificar quando. Biden tinha previsto passar o fim de semana no retiro presidencial de Camp David.
Antes, também na sexta, Sullivan alertou que um ataque russo à Ucrânia poderia começar logo, iniciando por bombardeios aéreos e ataques com mísseis. Ele aconselhou todos os norte-americanos a abandonar o país para a própria segurança.
Mais sobre a tensão na Ucrânia
“Qualquer norte-americano que esteja na Ucrânia deve sair o mais rápido possível, e em todo caso, nas próximas 24 a 48 horas”, disse Sullivan. “Obviamente, não podemos prever o futuro, não sabemos exatamente o que vai acontecer. Porém, o risco é agora suficientemente alto e a ameaça é imediata, o que exige prudência”.
Fotos – Imagens de satélite comerciais mostram novas movimentações de militares da Rússia perto da Ucrânia

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Imagens de satélite comerciais publicadas por uma empresa privada dos EUA mostraram novos destacamentos militares russos em vários locais perto da Ucrânia
Crédito: Maxar Technologies