A Polícia Federal de Campinas (SP) deflagrou, na manhã de terça-feira (11), uma operação contra crimes financeiros e lavagem de dinheiro por parte de uma organização criminosa suspeita de praticar fraudes no valor total de R$ 2,5 bilhões.
O objetivo, segundo a investigação, era sustentar os integrantes do grupo em "padrão cinematográfico" com a compra de veículos de luxo, imóveis, lancha e até patrocínio de esporte automobilístico.
A ação é conjunta com a Receita Federal e o Ministério Público Federal (MPF). Ao todo, foram cumpridos 15 mandados de prisão e 70 de busca e apreensão em dez municípios de quatro estados do Brasil.
Além disso, foi determinado o afastamento por 30 dias de um delegado da Polícia Federal do exercício do cargo por conta de uma "troca de informações". As ordens foram expedidas pela 1ª Vara Federal de Campinas.
A operação recebeu o nome de Black Flag. Pelo menos 220 policiais federais e 50 servidores da Receita Federal participam da ação. Entre as medidas cumpridas nesta terça, está o bloqueio de contas e investimentos no valor de R$ 261 milhões, sequestro de bens imóveis e congelamento de transferências de bens móveis.
Em Campinas, os mandados foram cumpridos em escritórios, residências e até um SPA localizado no Cambuí, um dos bairros nobres da metrópole.
Durante as buscas, 20 carros de marcas de luxo, entre elas Porsche, Ferrari, BMW, Mercedes-Benz, Land Rover e Volvo, foram apreendidos e encaminhados à sede da PF na cidade. Em Paraty (RJ), lanchas também foram recolhidas.
Além dos veículos, foram apreendidos R$ 1,2 milhão em dinheiro, 302 jóias, 97 relógios, 76 bolsas, 147 garrafas de vinho, 2 quadros, 27 celulares, documentos e uma caixa de RGs falsos que eram usados para abrir as empresas fictícias.
Todos os 15 mandados de prisão expedidos foram cumpridos, sendo que dez dos detidos são de Campinas, os outros dois foram encontrados em São Paulo e Brasília.
As prisões são temporárias de cinco dias.